Cidades

Falhas em atendimentos básicos obrigam GDF a reformular Saúde da Família

A reestruturação, que deve ser anunciada nesta quarta-feira (15/2), é uma das opções do governo para melhorar atenção primária, responsável, por exemplo, por consultas e exames de rotina

Otávio Augusto
postado em 15/02/2017 09:52

O principal ponto do projeto visa aumentar a cobertura de equipes de Saúde da Família, de forma a conseguir frear a grande demanda nas emergências
A Secretaria de Saúde reformulou a política da atenção primária, responsável por atendimentos como consultas, exames de rotina e ações de prevenção, por exemplo, contra o câncer. Agora, o serviço será realizado por equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF). A revisão atinge um setor que o Executivo local pretendia repassar para a administração de Organizações Sociais (OSs).

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As mudanças contarão com equipes de transição e deverão concluídas em até 120 dias. A Estratégia Saúde da Família (ESF) será responsável por atendimentos como pré-natal, acompanhamento do desenvolvimento de crianças até dois anos, monitoramento de pacientes diabéticos e hipertensos, rastreamento de casos de câncer, entre outras atividades como vacinação, tratamentos odontológicos, consultas e exames de rotina, ações preventivas.

[SAIBAMAIS]O ponto central do projeto se baseia no aumento da cobertura de equipes de Saúde da Família, de forma a conseguir, aos poucos, frear a grande demanda nas emergências. A ideia é que os centros de saúde sejam a porta de entrada da população na rede pública para reduzir a pressão sobre os hospitais. Cerca de 85% dos atendimentos hospitalares poderiam ser feitos na atenção primária, segundo a Secretaria de Saúde.

Os centros de saúde, que passam a ser chamados de Unidade Básica de Saúde (UBS), deverão promover o acesso à saúde, acompanhar os ciclos ao longo da vida do paciente, classificar o risco para atendimentos especializados, manter atualizado o cadastro da população que atende, realizar visitas domiciliares e organizar e filtrar a demanda para os hospitais. A assistência contará também com equipes rurais, prisionais e itinerantes.

A reestruturação é uma das opções do governo para melhorar uma das áreas mais atingidas pela crise na saúde. A meta do governo - desde que começaram, em 2015, os debates sobre as OSs - é ampliar a cobertura da atenção primária no DF de 30,7% para 62% até o ano que vem.

Política de saúde

A política, iniciada em 1994 pelo Ministério da Saúde, estabelece que as equipes deverão ser compostas por um médico, um enfermeiro, auxiliares ou técnicos de enfermagem e seis agentes comunitários de saúde. Podem ser acrescentados a essa composição os profissionais de saúde bucal, como cirurgião-dentista.

Cada equipe deve ser responsável por, no máximo, 4 mil pessoas, sendo a média recomendada pelo Ministério da Saúde de 3 mil pessoas. O número de pacientes atendidos por cada equipe pode ser revisado de acordo com a vulnerabilidade de cada comunidade. Para atender a população de 2,9 milhões de habitantes do DF serão necessárias pelo menos 725 equipes.

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