Cidades

Professores votam pela continuidade da greve nas escolas públicas

De acordo com o sindicato, mais de 10 mil pessoas participaram da reunião que definiu os rumos da manifestação

Gabriella Bertoni - Especial para o Correio
postado em 29/03/2017 10:40
De acordo com o sindicato, mais de 10 mil pessoas participaram da reunião que definiu os rumos da manifestação
A assembleia dos professores do Distrito Federal, que decidiu o rumo da greve, reuniu educadores e sindicalistas na Praça do Buriti na manhã desta quarta-feira (29/3). O evento começou por volta de 9h e, no fim da manhã, a categoria votou pela continuidade da paralisação. Segundo o sindicato, mais de 10 mil pessoas partiparam do ato. Após a decisão, o grupo fechou todas as faixas do Eixo Monumental e caminhou no sentido Palácio do Buriti. A próxima assembleia está marcada para terça-feira (4/4).
Segundo a Diretora Sindical Rosilene Corrêa, na última reunião com a base governista, que ocorreu na sexta-feira (24), o Executivo local não apresentou nenhuma proposta para a categoria. "Falaram que iam discutir entre eles as nossas propostas e nos dariam a resposta ontem. Mas, até agora, não conversaram conosco".

[SAIBAMAIS]A reunião da categoria estava marcada para a terça-feira (28). No entanto, após a morte de um diretor do sindicato, o professor Cássio Campos Resende, a assembleia foi remarcada. Professores de escolas do Gama prepararam uma performance, com uma jaula no centro da Praça, carregando uma faixa com os dizeres: "Não alimente o professor;. Segundo o grupo, é uma analogia ao cárcere do direito de se fazer greve.

Decisão judicial

Em 27 de março, a Justiça deferiu liminar e determinou o fim da greve dos professores da rede pública do DF. Na decisão, o juiz decretou que todos os professores voltem às salas de aula, sob multa de R$ 100 mil por dia e corte de ponto. A ação contra a paralisação foi ajuizada pelo Governo do Distrito Federal.
Após a decisão da Justiça, o Sindicato dos Professores já entrou com recurso. "Todo o calendário de greve é decidido em assembleia. Então, se decidirem em continuar a greve hoje, vamos permanecer e negociar futuramente. Mas nossa greve é legitima e contamos com o bom senso da Justiça em reverter essa decisão", comentou o coordenador jurídico do Sinpro, Dimas Rocha.
Segundo o advogado do sindicato, Lucas Mori, a categoria já entrou com recurso para barrar a decisão de parar com a greve. "Estamos tentando provar que a greve é legítima, ja que estamos pedindo que paguem os professores temporários, que estão sem receber desde fevereiro".

A greve

A paralisação começou em 15 de março e afeta mais de 450 mil alunos da rede pública. A greve faz parte de uma série de manifestações, agendadas pelos profissionais da educação em todo o país, contra a Proposta de Emenda Constitucional n; 287/2016 (PEC da Previdência). O documento estabelece novas regras para a aposentadoria, como a exigência de idade mínima de 65 anos para o recebimento integral do benefício, além de 49 anos de contribuição com a Previdência Social.
O ato foi proposto pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e teve adesão da categoria no DF durante assembleia geral em 13 de fevereiro. Além da pauta nacional, o Sinpro-DF delimitou outras questões como tema para a mobilização. Entre elas, está o cumprimento do Plano Distrital de Educação (PDE) e a reivindicação do pagamento de valores e benefícios ainda não recebidos ou atrasados.

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