Cidades

80% das empregadas domésticas do DF são negras, mostra pesquisa

Boletim Especial do Emprego Doméstico foi divulgado nesta quarta-feira (19/4), data em que é comemorada o Dia Nacional das Trabalhadoras Domésticas

Ketheryne Mariz/Diário de Pernambuco
postado em 19/04/2017 16:09
Boletim Especial do Emprego Doméstico foi divulgado nesta quarta-feira (19/4), data em que é comemorada o Dia Nacional das Trabalhadoras Domésticas
Mulheres negras ocupam a maioria das vagas de empregadas domésticas no Distrito Federal. Elas representam 80% dessas trabalhadoras, segundo o Boletim Especial do Emprego Doméstico, divulgado nesta quarta-feira (19/4), data em que é comemorada o Dia Nacional das Trabalhadoras Domésticas. O número é maior do que registrado em 2012 (77,2%).
A escolaridade delas também aumentou. Enquanto em 2012 pouco mais de 46% tinham o ensino fundamental incompleto, em 2016, esse número caiu para 41,4%. Aquelas com ensino fundamental completo e médio incompleto representam 23%. Mais de 30% têm ensino médio completo e superior incompleto.
As ocupações como babá e cuidadora são as que apresentam maior nível de escolaridade e de remuneração entre as trabalhadoras. A pesquisa trouxe o cenário atual de trabalhadoras com carteira assinada, sem carteira assinada e diaristas. Apesar de as ocupações nos serviços domésticos englobarem diversas atividades, como as de caseiro, acompanhante de idoso e jardineiro, a pesquisa trouxe apenas informações sobre as mulheres.
As domésticas que atuam como diarista passaram de 25,4% em 2012 para 33,1% em 2016. Também foi registrado aumento entre as que têm carteira assinada: de 48,4% (2012) para 51,7% (2016). O número das que trabalham sem carteira asinada caiu de 26,3% (2012) para 15,2% (2016).
Para especialistas que participaram do estudo, os números mostram estabilidade no setor, na contramão da crise econômica no país. "O registro da estabilidade do emprego doméstico é muito significativo se comparado com outros países, principalmente com os da Europa", observa o economista Tiago Oliveira, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
A tendência nos países desenvolvidos é que o número de empregadas domésticas diminua. "Só numa sociedade altamente desigual pessoas servem as outras 24 horas por dia", completa.

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