Cidades

Professor acusado de assédio por alunas é suspenso da UnB por 60 dias

A apuração do caso teve início em 2015 após alunas denunciarem o professor por meio da campanha #meuamigosecreto, nas redes sociais. Universidade alega que docente "faltou com a conduta moral adequada e o trato urbano com relação a convivência"

Hellen Leite
postado em 25/04/2017 10:20

Alunas da Faculdade de Comunicação (FAC) acusam o professor de fazer comentários machistas e mandar as alunas ficarem em posições constrangedoras durante as aulas

A Universidade de Brasília (UnB) suspendeu, por 60 dias, o professor de audiovisual Mauro Giuntini. O ato, assinado pela reitora, Márcia Abrahão, foi publicado na terça-feira da semana passada (18/4) e reconhece que Giuntini infringiu a lei que dispõe sobre o comportamento exigido do servidor público. O docente lecionava na Faculdade de Comunicação (FAC) da universidade e se defende. "Não cometi nenhum assédio com nenhum dos meus alunos. Essa afirmação é falsa, uma inverdade. Estão caluniando a minha pessoa", argumenta o professor.

Em dezembro de 2015, o Conselho da FAC enviou à reitoria um dossiê com relatos de alunas que teriam sido vítimas dele, em sala de aula. O documento, organizado pelo Centro Acadêmico de Comunicação Social (Cacom/UnB), apresentou relatos de que o docente fazia comentários machistas e obrigava as jovens a ficarem em posições constrangedoras durante atividades da disciplina. As denúncias referem-se a abusos ocorridos em diversos semestres e vieram à tona por meio da campanha #meuamigosecreto, nas redes sociais.

À época, nas redes sociais, os relatos das alunas apontavam que o professor Mauro Giuntini exigia que os estudantes ficassem de quatro, como animais, sob a justificativa de que a atividade "ajudaria na formação profissional". Mesmo quem estava de saia era obrigada a participar da dinâmica, de acordo com um dos posts. Quando elas manifestavam desconforto em cumprir o que o docente pedia, em razão do traje, ele ignorava os apelos. Em outra aula, segundo o documento, o professor teria comentado, de forma constrangedora, sobre as pernas de uma aluna que estava de short.


[SAIBAMAIS] Procurado pela reportagem, Giuntini se defende "Estão me acusando de fatos que não cometi, estão sendo distorcidos fora do contexto com objetivo de me prejudicar. O processo tem várias falhas e essa sanção aplicada é desproporcional aos fatos que constam nos autos e por isso vou recorrer;, disse o docente afastado.

Ainda cabe recurso da decisão. Em nota, a Universidade de Brasília diz que prefere não se pronunciar sobre o caso.

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