Cidades

Escolha dos diretores do Detran e da Polícia Civil será por lista tríplice

Os três nomes serão indicados por servidores dos órgãos para posterior escolha do governador. GDF informou que vai recorrer da emenda aprovada na Câmara Legislativa e publicada no Diário Oficial do DF desta quarta-feira (26/7)

Priscila Rocha - Especial para o Correio
postado em 26/07/2017 21:33
%u201CA emenda é um reflexo da nossa luta para acabar com o apadrinhamento de diretores no Detran
Uma Emenda à Lei Orgânica do Distrito Federal publicada no Diário Oficial do DF desta quarta-feira (26) muda a forma de escolha dos diretores da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e do Departamento de Trânsito (Detran-DF). A partir de hoje, os servidores de cada órgão indicarão três nomes para compor a lista na qual o governador se baseará para fazer as nomeações. Antes, o chefe do Executivo local nomeava os dirigentes de forma independente.

A alteração não agradou o Governo do Distrito Federal (GDF) que, por meio de nota, informou que ;recorrerá à Justiça questionando a legalidade da emenda à Lei Orgânica do Distrito Federal aprovada pela Câmara Legislativa do DF, por se tratar de matéria de iniciativa exclusiva do Poder Executivo;.

O presidente do Sindicato dos Servidores do Detran-DF (Sidetran-DF), Fábio Medeiros, disse que a categoria é a favor da lista tríplice. ;A emenda é um reflexo da nossa luta para acabar com o apadrinhamento de diretores no Detran, porque precisamos de gestores com conhecimento técnico para assumir o cargo de direção. O órgão precisa de regulamentação para dar ao diretor mais autonomia para trabalhar em todas as áreas da autarquia, como administração, fiscalização, educação e engenharia de trânsito;, justifica.

Antes da emenda, o governador poderia indicar para o cargo, de livre nomeação e exoneração, pessoas sem vínculo com os órgãos. O presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), Rodrigo Franco, conhecido como Gaúcho, também é a favor de mais autonomia e explica que a emenda tem aspectos positivos e negativos, porque a categoria vai participar da indicação, mas não há independência do diretor em relação ao governador nem delimitação de prazo para o mandato.
Para o Sindicato dos Policiais Civis, a emenda representa avanço, mas pede maior independência do diretor do órgão em relação ao governador
;A grande questão é que, hoje, a Polícia Civil não investiga crimes de corrupção, porque o diretor é indicado pelo governador. A polícia só investiga as gestões passadas e os adversários políticos do governador. A gente precisa de uma polícia de Estado, e não de governo, porque a polícia de Estado é garantidora dos direitos da sociedade e não de um governo ou um partido. Assim, a sociedade acaba não sendo atendida nesta emenda;, explica Gaúcho.

A Emenda à Lei Orgânica é de autoria do Deputado Wellington Luiz (PMDB) e o cargo de direção continua sendo de livre nomeação e exoneração, sem prazo de mandato.

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