Cidades

Primo de Ana Íris confessa ter matado a menina enforcada, segundo polícia

O jovem, de 16 anos, está internado após ter sido linchado por moradores que desconfiaram da participação dele na tarde de terça-feira (26/9)

Júlia Campos - Especial para o Correio, Isa Stacciarini
postado em 27/09/2017 12:24
O corpo da menina foi encontrado próximo do local onde a família mora
A Polícia Civil confirmou que um primo de Ana Íris dos Santos, 12 anos, confessou ser o assassino da menina, encontrada morta na terça-feira (26/9) em Samambaia. Ele tem 16 anos e afirmou, em depoimento à polícia, que a matou enforcada.

A principal testemunha do caso é um carroceiro de 18 anos que prestou depoimento também na terça-feira. Ele contou que, às 5h de 12 de setembro, saiu em direção ao Morro do Sabão, onde o corpo foi encontrado, para procurar os cavalos que tinham fugido do curral. Foi quando viu o adolescente descer a região. O carroceiro chegou a perguntar se tinha visto os animais. Nervoso, ele desviou, não respondeu e ainda saiu rápido. No dia seguinte, quando o carroceiro viu os cartazes do desaparecimento, associou a participação do garoto. Desde então, ele permaneceu na comunidade, mas estava com medo.
Quando o corpo de Ana Íris foi encontrado, o adolescente estava escondido embaixo de uma cama no barraco onde morava. Os próprios moradores foram atrás e o atingiram com um golpe de facão na cabeça. Três pessoas, uma delas o carroceiro, foram presas por tentativa de homicídio pelo esfaqueamento. O jovem foi levado ao Hospital Regional de Samambaia (HRSam) e, depois, ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT). Ele está consciente e deve ir ao Hospital de Base.
A distância de onde o corpo foi achado até o barraco dele são 150m. Segundo o delegado titular da Divisão de Repressão a Sequestros (DRS), Leandro Ritt, o primo de Ana Íris disse que matou a menina no dia em que ela desapareceu, 10 de setembro. No entanto, de acordo com o investigador, testemunhas dizem ter visto a garota no dia seguinte ao sumiço, em 11 de setembro. Ele diz que só o laudo revelará o dia exato da morte. O delegado acredita que, quando ele tiver alta e à medida que as investigações avançarem, com as provas, pode dar mais informações.
A família da vítima preferiu não se pronunciar. Por telefone, uma tia dela informou que o delegado havia orientado os parentes a não darem mais entrevistas pois a polícia ainda investiga o caso. Perguntada se a família acredita na versão apresentada pela corporação, ela respondeu: "Não podemos dizer nem que sim, nem que não". Contatado, o delegado Leandro Ritt afirmou que, em nenhum momento, a polícia instruiu a família a se calar. E que, provavelmente, como foi um crime entre parentes a emoção "pode estar aflorada".
Ana Íris desapareceu na manhã de 10 de setembro. Na última vez em que foi vista, a menina estava na QR 829, em Samambaia Norte, próximo de casa. Chegou a pedir para a avó fazer um lanche, mas sumiu sem comer o que ela tinha preparado.
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