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Cadê a água do laguinho do Parque da Cidade?

Laguinho do Parque da Cidade está praticamente seco e os animais sofrem com a escassez de água

Bruna Lima - Especial para o Correio, Verônica Holanda*
postado em 26/10/2017 10:00
Lago do Parque da Cidade está quase seco e preocupa usuários
Seco e poluído. É assim que os visitantes descrevem o lago do Parque da Cidade, que está muito abaixo do nível normal de água. Os frequentadores evitam ficar onde a seca se faz mais evidente, procurando se acomodar em áreas onde o nível de água não esteja tão baixo. Mesmo onde tem água, é possível ver troncos, galhos e canos, anteriormente submersos, expostos, além de bastante lixo acumulado e até espuma - causada pela poluição - no que restou de água.
Desapareceu o que era para ser uma espécie de ilha que só se atravessava por cima da ponte. A área seca é tão grande que é possível ir de uma ponta a outra a pé. O morador do Sudoeste Honorato Neto, 21 anos, vai com frequência ao parque fazer caminhadas e sente o tempo castigar. "A falta de água no lago acaba atrapalhando a prática de atividades físicas dos usuários. O ambiente fica ainda mais seco e quente. Um dia desses, eu cheguei a passar mal e não eram nem 8h30", contou.
[SAIBAMAIS] Em volta do lago, a poeira sobe e afugenta os visitantes. Onde havia água, começa a nascer grama. Mas a preocupação do estudante Douglas Rochedo, 23, era outra. "Eu passei pelo lado mais seco, e está muito abaixo do volume normal. Mas quem mais sofre com isso são os animais que dependem dessa água", disse.
Pássaros se aglomeravam nos pontos de água que restam para beberem e se banharem. Os patos, tão frequentes nesta região, migraram para outras áreas, restando poucos que procuravam por comida. Muitos usuários que passeavam com cães chegaram a molhar os animais em duchas para aliviar a secura, além de intensificar a hidratação.
Outra visitante, Ana Paula Favro, 33, relatou que esta é a segunda crise hídrica que enfrenta. "Já vivi esta situação em São Paulo, voltei para Brasília e me deparo com outra crise. Todos estão com medo desse lago também secar, só espero que chova logo", desabafou.
Em resposta ao Correio, a Secretaria de Esporte, Turismo e Lazer do DF, responsável pelo parque, informou que " já iniciou o processo de enchimento com água bruta do lago". A pasta atribui, ainda, a falta d;água à evaporação natural acentuada pela falta de chuvas. "O monitoramento é feito diariamente e vale ressaltar que o quadro não oferece risco aos peixes e à nenhuma outra espécie que habita no lago", acrescenta a nota.
Sobre a sujeira, a secretaria declarou que, "devido aos descartes em local inapropriado feito pela população, o vento leva o lixo para o lago". A pasta ainda assegurou que o Serviço de Limpeza Urbano (SLU) higieniza o local diariamente.
Baixo nível da água na Lagoa do Parque da Cidade
Segundo as previsões do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a chuva deve chegar com mais intensidade a partir de sábado (28/10) e só então deve acabar o período de estiagem. "Há chance de 60% de precipitação no sábado e sobe para 90% no domingo. Depois disso, se dissipa o bloqueio da massa de ar quente e começa a regularidade de chuvas. As temperaturas ainda ficam altas, mas começam a cair gradativamente", previu o meteorologista do Inmet, Hamilton Carvalho.

Cuidados

Em períodos muito secos como o que vivemos agora, a Defesa Civil recomenda que os brasilienses não pratiquem exercícios ao ar livre entre as 10h e as 17h, usem protetor solar e hidratante para a pele e bebam bastante água. Idosos e crianças, por terem peles mais finas e sensíveis, são mais impactados pela seca e, por isso, precisam de ter a atenção redobrada.
* Estagiária sob supervisão de Mariana Niederauer

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