Subiu o número de casos suspeitos de febre amarela no Distrito Federal. Agora, a Secretaria de Saúde investiga 12 infecções. Na semana passada, eram cinco. Apesar do aumento, a pasta garante não haver motivo para pânico. Mais de 86% da população é vacinada contra a doença. Entre janeiro e novembro do ano passado, 207 mil pessoas receberam doses do imunobiológico.
Também são investigadas as mortes de oito macacos no DF e Entorno. As autoridades sanitárias querem saber se os primatas morreram em decorrência da febre amarela. Se os animais estiverem infectados, é um sinal de alerta para a circulação do vírus. No entanto, os primatas não transmitem a infecção para o ser humano. Agentes ambientais estão em sentinela nos parques.
A Secretaria de Saúde alerta que quem não tomou a vacina contra a doença deve procurar os postos de saúde. Desde 2014, após estudos científicos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam só uma dose para toda a vida. Idosos acima de 60 anos, grávidas, lactantes, bebês de até seis meses, pessoas com imunodeficiência (como a Aids ou em tratamento de alguns tipos de câncer), transplantados e alérgicos a ovo não devem se vacinar.
[SAIBAMAIS]Os estoques de vacina na capital estão abastecido com 11 mil doses, o suficiente para três meses. ;Não há surto de febre amarela no DF. O paciente que já tiver tomado uma dose ao longo da vida não precisa receber reforço. Todas as salas de vacina do DF estão abastecidas. Caso se esgotem as vacinas, o Ministério da Saúde fará a reposição;, destaca a Secretaria de Saúde, por meio de nota.
No ano passado, foram investigados 86 casos suspeitos de febre amarela em moradores do DF. Destes, 83 foram descartados, três foram confirmados e evoluíram para óbito. Das confirmações, apenas um foi autóctone, ou seja, a doença foi contraída na capital. Em 2000, houve o surto mais grave de febre amarela no Distrito Federal, com 40 registros. Em 2008, 13 pessoas adoeceram.
Crime ambiental
O diretor da Vigilância Ambiental, Denilson Magalhães, explica que a circulação do vírus da febre amarela no DF só poderá ser confirmada após análises laboratoriais nos macacos encontrados mortos. Cinco animais foram achados no DF e três nos municípios goianos de Santo Antônio do Descoberto, Novo Gama e Valparaíso. ;Os primatas são os principais hospedeiros do vírus;, detalha.Denilson pede que os animais não sejam atacados. No Rio de Janeiro, por exemplo, mais de 100 macacos foram mortos a pauladas ou envenenados este ano. ;Quando o macaco adoece e morre é o primeiro sinal de que o vírus está circulando. Assim, fazemos ações de prevenção. O macaco é tão vítima como o ser humano;, reforça. Matar animais é crime ambiental pelo artigo 29 da Lei n; 9.605/98. A pena chega a um ano de prisão e pagamento de multa de R$ 5 mil.
Até o momento, nenhum dos 33 parques abertos à visitação no DF passarão por alguma medida de prevenção. O Instituto Brasília Ambiental (Ibram) explica que os agentes de parques estão em sentinela e recomenda que a população entre em contato com a Vigilância Ambiental pelo número 99269-3673 caso encontre um macaco morto. O animal não deve ser manipulado ou retirado do local.
Tira-dúvida
O que são arbovírus?Infecções virais transmitidas por mosquitos e outros insetos que podem causar epidemias. A ciência não sabe explicar por que alguns vírus, como o da dengue, o da zika e o da febre amarela se alastram com facilidade. Os mosquitos se contagiam ao picar animais infectados, como os macacos e pássaros silvestres. Atualmente, são conhecidos 34 arbovírus no país. Dentre eles, quatro tipos são os mais comuns e representam grande problema de saúde pública: dengue, febre amarela, oropouche e mayaro. Os cientistas os classificam de acordo com o tipo de síndrome febril que provocam.
Fique atento
TransmissoresAs fêmeas dos mosquitos Haemagogus e Sabethes são as transmissoras na área rural. Na cidade, o Aedes aegypti (o mesmo da dengue, da zika e da chicungunha) é o vetor. Os macacos não transmitem a doença.
Sintomas
As primeiras manifestações da doença são febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos. A forma mais grave do mal, no entanto, compromete fígado e rins, provoca icterícia (olhos e peles amarelados), sangramentos e queda de pressão arterial.
Precaução
Uma única dose da vacina protege para toda a vida. Idosos acima de 60 anos, grávidas, lactantes, bebês até seis meses, pessoas com imunodeficiência (como a Aids ou em tratamento de alguns tipos de câncer), transplantados e alérgicos a ovo não devem se vacinar.