Ciência e Saúde

Órgãos encarregados da "limpeza" do organismo atuam em perfeita sintonia

postado em 07/01/2011 08:00

Para explicar a função do sistema urinário, alguns especialistas costumam compará-lo a um agente de limpeza, encarregado de filtrar o sangue e eliminar dejetos produzidos pelo metabolismo e que não interessam mais ao organismo. Os rins são os órgãos mais conhecidos do conjunto responsável por produzir e descartar a urina, mas eles não fazem o trabalho sozinhos. O urologista e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Ubirajara Ferreira observa que algumas partes da engrenagem humana são imperceptíveis, até que suas funções sejam acionadas. A bexiga é uma delas. A substância que resulta da filtragem realizada pelos rins é armazenada nesse compartimento até ser eliminada, por meio da uretra, para o exterior do corpo. ;Quando a bexiga acumula entre 150ml e 200ml de urina, sinais que indicam que é hora de eliminar esse líquido começam a ser enviados ao cérebro. Todo o funcionamento desse mecanismo, que começa com a chegada do sangue aos rins, ocorre sem que a gente perceba, mas desempenha uma tarefa importantíssima para o ser humano;, afirma o médico. /Os rins, que têm cor vermelha escura, pesam, em média, de 130g a 170g em um adulto e lembram o formato de um grão de feijão. O sangue chega através das artérias renais. No interior dos rins, elas dividem-se em vasos cada vez menores, até formarem um enovelado conhecido como glomérulo, estrutura que filtra o sangue. Cada rim é composto por aproximadamente 1 milhão de glomérulos. Graças a eles, saem de circulação todas as impurezas, encaminhadas para a bexiga por meio dos ureteres. Mas a filtragem não é a única função dos rins. ;O par de órgãos é responsável também pelo equilíbrio entre sal e água no corpo. Fora de proporção, esses elementos promovem o inchaço nos membros inferiores, sinal claro de que algo não vai bem no sistema;, observa Cássio Andreoni, urologista e cirurgião robótico do Hospital Albert Einstein. Os rins ainda produzem e secretam hormônios ; como a eritropoetina ;, vitamina D e renina. A eritropoetina interfere na produção dos glóbulos vermelhos e a sua falta pode levar a uma anemia de difícil tratamento. ;A vitamina D controla a absorção intestinal de cálcio e a renina, com a aldosterona, regula o volume dos líquidos e a pressão arterial do nosso corpo;, acrescenta Andreoni.

EDIÇÕES ANTERIORES » O CORPO HUMANO - CORAÇÃO
» O CORPO HUMANO - SISTEMA RESPIRATÓRIO
»o CORPO HUMANO - SANGUE »o CORPO HUMANO - SISTEMA MÚSCULO-ESQUELÉTICO »o CORPO HUMANO - O OLHO
;Emagrecimento; renal À medida que envelhecemos, os rins perdem peso. Depois dos 30 ou 40 anos, cerca de dois terços dos indivíduos manifestam uma diminuição gradual na velocidade com que o órgão filtra o sangue. A idade, porém, não é o único fator que altera sua função. Alguns distúrbios podem atingir uma ou mais partes desse sistema. Sintomas característicos podem indicar o motivo da disfunção, mas determinados problemas são assintomáticos. No caso da insuficiência renal crônica, por exemplo, o mal-estar e a perda de apetite e de peso são sentidos apenas quando a doença está avançada. A incontinência urinária ou perda incontrolável de urina é um dos males mais comuns do sistema urinário. Estima-se que o problema afete um em cada cinco adultos jovens. As mulheres são as mais atingidas. Embora frequente e curável, a patologia nem sempre é tratada. ;Muitos pacientes ficam constrangidos com a incontinência e não procuram ajuda. O quadro pode evoluir para danos mais sérios, como infecções na bexiga e nos rins;, explica Andreoni. O cálculo renal, por sua vez, atinge mais os homens. Trata-se de massas duras como pedra que se formam em qualquer parte das vias urinárias, podendo provocar dor, hemorragia, obstrução do fluxo de urina e infecção. Os cálculos podem apresentar tamanhos variados. ;Os que provocam dor são diagnosticados a partir de sintomas como cólicas e sensibilidade na zona lombar. Hoje, podemos lançar mão de exames de imagem para localizar a pedra e propor o tratamento adequado;, acrescenta Ubirajara. Leia amanhã Os insondáveis mistérios do cérebro.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação