Ciência e Saúde

Maior acelerador de partículas do mundo cruza "fronteira simbólica"

Agência France-Presse
postado em 23/05/2011 16:25
Paris - O maior acelerador de partículas do mundo, o LHC situado próximo de Genebra, alcançou nesta segunda-feira (23/5) um recorde, cruzando a "fronteira simbólica" dos "100 milhões de colisões por segundo", anunciou Michel Spiro, presidente do conselho do Centro Europeu de Investigação Nuclear (CERN).

O recorde foi alcançado "esta noite, por volta de duas da manhã, na madrugada desta segunda-feira", afirmou Spiro durante uma conferência em Paris.

Há um mês, o LHC (sigla em inglês para Grande Colisor de Hádrons) tinha estabelecido um recorde de luminosidade, correspondente a "10 milhões de colisões por segundo".

"Agora multiplicamos esta marca por 10", disse Spiro à AFP.

Fazendo colidir feixes de prótons que circulam em sentidos opostos em um anel de 27 km de circunferência, o LHC tem como objetivo recriar as condições de extrema energia da primeira fração de segundo depois do Big Bang, há 13,7 bilhões de anos.

Os físicos buscam em particular um elo perdido da teoria de partículas, o famoso bóson de Higgs, que seria a menor partícula que teria dado sua massa para todas as outras.

Para demonstrar sua existência, os cientistas poderiam dispor dos elementos necessários "a partir deste verão (no hemisfério norte)", explicou Spiro. Ao contrário, "para dizer que não existe, terão que esperar até o final do próximo ano", acrescentou.

Com 100 milhões de colisões por segundo, o LHC poderia produzir diariamente, em poucas horas, um bilhão de colisões, explicou Spiro. Neste ritmo, se o bóson de Higgs existir, poderá ser detectado "um por dia", segundo o cientista.

"Com um Higgs por dia, ou seja, centenas até fim de 2012", mesmo com o ruído de fundo poderemos determinar se existe ou não", resumiu o físico.

"Caso o encontremos como esperamos, isso significaria que a teoria das partículas elementares não está correta", concluiu.

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