Ciência e Saúde

Cerca de 10 mil baleias jubarte chegam em julho ao país para se reproduzir

postado em 28/06/2012 13:13
Segundo o Instituto Baleia Jubarte, a quantidade de animais que migra para o Brasil é três vezes maior do que há dez anos

No mês de julho, os brasileiros poderão acompanhar um belo espetáculo preparado pela natureza. Vindas da Antártida, cerca de 10 mil baleias jubarte devem percorrer aproximadamente 4.500km até o Brasil, quando oficialmente terá início a temporada reprodutiva da espécie nos litorais da Bahia e do Espírito Santo. Os estados concentram mais de 90% das baleias jubarte que chegam ao país para se reproduzir e amamentar as crias. Apesar de avistadas com frequência no Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte, Abrolhos é o maior berçário de todo o Atlântico Sul Ocidental. Ao retornarem para a área de alimentação na Antártida, em novembro, parte delas já irá acompanhada do filhote.

Segundo o Instituto Baleia Jubarte (IBJ), a quantidade de animais que migra para o Brasil é três vezes maior do que há dez anos, quando apenas 3.000 delas vinham se reproduzir aqui. O coordenador de Educação Ambiental do instituto, Sérgio Cipolotti, disse que a recuperação da espécie ocorre lentamente, mas ressaltou que o resultado é positivo. ;Ainda estamos longe de afirmar que esses animais não correm risco de extinção, devido a ameaças eminentes, como a pesca indiscriminada, poluição dos mares, colisão com embarcações, perturbações sonoras, possível retorno da caça comercial e principalmente o aquecimento global;, alertou.

Durante o período de reprodução, os pesquisadores realizam o trabalho de fotoidentificação. No processo, as espécies são identificadas por meio da pigmentação da nadadeira caudal, que é a impressão digital única de cada uma das baleias. Cerca de quatro mil já foram localizadas por meio da comparação de imagens e análise de material genético, que constam no banco de imagens da instituição. ;A importância desta linha de pesquisa é poder classificar individualmente cada animal e assim obter a estimativa populacional da espécie em sua área de reprodução, o Brasil, as rotas migratórias, o deslocamento na área de reprodução e área de alimentação, entre outros;.

Além de chamarem a atenção dos especialistas, as baleias jubarte também se tornam principal atração turística: show natural

Unidade de conservação

Nesta temporada reprodutiva, o IBJ lança a campanha ;Levante a mão por Abrolhos;. A ação é feita para pedir pela criação das Unidades de Conservação de Abrolhos. O instituto considera que a conservação da região é necessária para garantir um estudo amplo sobre as diferentes espécies e a preservação delas. ;A população de baleias jubarte está se recuperando e reocupando suas antigas áreas de reprodução. Precisamos iniciar o debate sobre o tema, de forma participativa, com todos os setores envolvidos;.

Atração turística


Além de chamarem a atenção dos especialistas, as baleias jubarte também se tornam principal atração turística. O show natural é garantido: as grandalhonas se exibem, pulam, jorram água, simulam danças e mergulham durante o ritual de acasalamento. Empresas de turismo oferecem cruzeiros de observação em Abrolhos, Praia do Forte, Morro de São Paulo, Itacaré, Cumuruxatiba, entre outros. Apesar das opções, Abrolhos é a preferida dos turistas, já que de lá é possível avistar um número maior de jubartes, além da beleza característica do local.

Encalhe

Com a vinda das jubartes para o Brasil aumentam as probabilidades de encalhes tanto da espécie quanto de outras no litoral do Brasil. Caso a população encontre uma baleia jubarte encalhada, viva ou morta, deve ligar para a equipe de Resgate do Projeto Baleia Jubarte nos telefones (71) 8154-2131 e (73) 8802-1874.

Gigante do mar

A baleia jubarte pode chegar a 16 metros e pesar 40 toneladas. Tem com principal característica uma nadadeira dorsal, que pode chegar a um terço do tamanho do corpo dela. Ela é muito ativa em sua área de reprodução, exibindo diferentes comportamentos, que acabam virando atração para especialistas e turistas. O animal percorre mais de 5 mil quilômetros, entre a área de alimentação (Antártica) e a área de reprodução (Brasil). O filhote já nasce pesando mais de uma tonelada e medindo quatro metros.

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