Ciência e Saúde

Técnica consegue reduzir presença do HIV a um nível não detectável

Bruna Sensêve, Marcela Ulhoa
postado em 25/10/2012 09:08
Uma nova terapia contra o HIV, a partir da clonagem de anticorpos específicos contra o vírus, pode complementar ou até mesmo substituir o uso de antirretrovirais. Até agora, a comunidade científica havia desconsiderado o uso dessas células de defesa do organismo humano como tratamento contra a Aids. Isso porque seus efeitos, apresentados em diversos estudos anteriores, não eram significativos no combate à infecção. No entanto, pesquisa liderada pelo brasileiro Michel Nussenzweig, pesquisador da Universidade Rockefeller, em Nova York, mostrou que potentes e incomuns anticorpos produzidos em laboratório e combinados a um coquetel de drogas podem manter os níveis do HIV-1 abaixo dos detectáveis pelos exames. As principais limitações da técnica, apresentada na revista Nature, estão na transposição dos estudos de camundongos para humanos e no altíssimo custo de produção dessas células imunes.

Em um primeiro momento, os anticorpos do corpo humano conseguem frear a ação do vírus no organismo, mas o HIV rapidamente produz cópias de si mesmo com versões mutantes que conseguem se esquivar das respostas imunes. Dessa forma, o vírus também pressiona o sistema imunológico do paciente a desenvolver uma resposta mais potente que a primeira e funciona contra novas mutações do vírus, apesar de ainda acontecer em número insignificante para o indivíduo que a produz. Foi a partir dessas células que Nussenzweig e sua equipe criaram os poderosos anticorpos em laboratório.



Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação