Ciência e Saúde

Descoberta de fóssil de peixe ajuda a descobrir a origem da mordida

Animal que viveu há 419 milhões de anos ajuda a entender quando os animais desenvolveram a mandíbula

postado em 26/09/2013 10:23
Animal que viveu há 419 milhões de anos ajuda a entender quando os animais desenvolveram a mandíbulaEle media apenas 20cm de comprimento e faz muito, muito tempo que deixou de existir. Mesmo assim, o placodermo do siluriano (Entelognathus primordialis) merece toda a atenção da ciência. Isso porque o peixe, que viveu há 419 milhões de anos, pode ajudar os especialistas a esclarecer como ocorreu o surgimento de animais com mandíbulas, um processo que foi essencial para que os vertebrados, incluindo aí o homem, desenvolvessem a capacidade de morder e mastigar alimentos.

Ao reconstituir a evolução da vida na Terra, os especialistas tinham de conviver com uma grande lacuna separando animais com e sem mandíbula. Por isso, um estudo publicado na revista Nature desta semana sobre o E. primordialis é muito bem recebido. O grupo internacional de especialistas responsável pelo artigo analisou um fóssil da espécie achado em 2010 na China e concluiu que ele possuía um conjunto maxilar surpreendentemente desenvolvido, algo não observado até então nos animais de sua classe.



[SAIBAMAIS];Esse peixe pertencia aos placodermos, mas possuía ossos da mandíbula que nenhum outro tinha. Esse tipo de estrutura só tinha sido observada em peixes ósseos e vertebrados terrestres;, explica Xiaobo Yu, professor de ciências biológicas da Kean University (EUA) e um dos autores da pesquisa. Yu acrescenta que a descoberta muda totalmente as teorias da evolução marinha. ;Em certo sentido, esse achado é equivalente ao de encontrar penas em dinossauros;, compara, lembrando a descoberta, feita há alguns anos, que ajudou a ciência a entender melhor a origem dos pássaros.

Sem as informações reveladas agora, a tendência de grande parte dos estudiosos era apontar animais mais recentes, do gênero dos acantódios, como os ancestrais comuns dos peixes ósseos. ;Eles acreditavam que os ossos da mandíbula em peixes ósseos eram relativamente recentes, que não tinham nada a ver com os placodermos;, conta Yu. ;Mas nossa descoberta muda isso, mostrando que o ancestral comum é, na verdade, placodermo, e que alguns deles tinham os ossos da mandíbula desenvolvidos.;

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