Ciência e Saúde

Em 2010, 20 milhões de anos de vida foram perdidos por drogas ilícitas

Segundo o estudo, o vício em opiáceos foi o responsável pelos piores estragos

Bruna Sensêve
postado em 22/11/2013 06:00
Estima-se que, em 2010, existiam mais de 52 milhões de dependentes em drogas ilícitas nas 187 principais nações do mundo. Os efeitos dessa prevalência se refletem na saúde global em mais de 20 milhões de anos de vida perdidos por morte prematura ou vividos em situação de incapacidade. Ambas as condições são geradas por doenças atribuídas ao uso indevido de substâncias químicas ou derivadas de plantas. Os dados foram calculados pelo macroestudo de Carga Global de Doenças 2010 (GBD), que mediu o peso da dependência separadamente para anfetaminas, cocaína, opiáceos e maconha. No artigo publicado neste mês na revista científica The Lancet, o grupo internacional de pesquisadores apresentou as estimativas globais e a variação regional do impacto na saúde mundial do uso de drogas ilícitas.



Os resultados mostram que, no mundo e para todas as formas de dependência de drogas, o impacto do uso dessas substâncias foi maior em homens com idades entre 20 e 29 anos. A dependência de drogas ilícitas saiu da décima posição em 1990 para a oitava em 2010, entre os maiores contribuintes para a deficiência em indivíduos do sexo masculino.

Outro dado que chamou a atenção dos autores foi que, embora a maconha seja a droga ilícita mais consumida, a prevalência da dependência de cannabis foi menor do que o vício em anfetaminas e opiáceos. O impacto dessa dependência na saúde global é medido em DALYs, uma sigla em inglês para a somatória dos anos de vida perdidos por morte prematura e aqueles vividos com algum tipo de incapacidade causada pelo uso de substâncias ilícitas. A dependência de opiáceos se destacou como o maior contribuinte para a carga direta de DALYs, cerca de 9,2 milhões de anos. Os opiáceos são substâncias derivadas da papoula, fruta que origina o ópio. A codeína e a morfina, por exemplo, são derivadas do ópio, e, a partir delas, é produzida a heroína.

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