Ciência e Saúde

Idiomas criados pelo homem obedecem a alguns padrões universais

Dados fazem parte de um estudo da Queen Mary University, em Londres

Roberta Machado
postado em 09/04/2014 06:00

Dados fazem parte de um estudo da Queen Mary University, em Londres

A ordem dos fatores altera, sim, o produto. Ao menos no campo das palavras, que causam estranhamento quando aparecem fora do lugar de costume. Isso acontece porque a mente humana demonstra uma preferência natural por certa disposição dos termos em uma sentença. A regra é seguida instintivamente quando vamos escrever, falar ou aprender uma nova língua. De acordo com um estudo da Queen Mary University, de Londres, as pessoas seguem um padrão ao escolher o ordenamento das palavras, dando mais destaque, por exemplo, aos adjetivos do que aos numerais.

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Os pesquisadores montaram uma pequena série de experimentos para entender como os falantes da língua inglesa compreendem a ordem natural de uma frase: se eles seguem uma estrutura padrão, em que os verbetes vêm sempre na mesma ordem, ou se o mais comum é arranjar a sentença de acordo com a importância do sentido, dando prioridade às palavras que modificam o sentido do objeto em relação a outros complementos. O primeiro caso foi chamado pelos estudiosos de ;superficial;, enquanto a conversação focada no sentido foi determinada como ;estrutural;.

Para chegar a uma resposta, os linguistas criaram um idioma que foi ensinado a 160 voluntários e, depois, colocado à prova para que o instinto dos falantes se revelasse. O novo dialeto, na verdade, era uma versão invertida do inglês, que usava verbetes dessa língua, mas com sua disposição alterada. Se o normal para os anglofônicos é colocar o adjetivo antes do substantivo ; por exemplo, a expressão carro azul em inglês é blue car ;, a linguagem aprendida pelos participantes invertia essa lógica: nela, o correto era dizer car blue.

Os cientistas apresentaram várias frases para os voluntários, cada uma com um tipo de complemento colocado depois do substantivo: adjetivo, numeral e demonstrativo. Ao fim das aulas, os voluntários tinham tido contato com diversas combinações invertidas, como car blue, car four e car that (azul carro, carro quatro e carro aquele, como seria em português). Com base no que aprenderam, as pessoas tiveram, então, de montar expressões mais complexas por conta própria.

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