Ciência e Saúde

Técnica de maturação de óvulos pode ser usada em pacientes com câncer

A técnica tem como objetivo evitar o transplante de células malignas que poderiam estar presentes no tecido ovariano

Carolina Cotta
postado em 23/09/2014 06:07
Belo Horizonte ; O diagnóstico precoce de cânceres e os avanços no tratamento contribuem para que um número cada vez maior de pacientes em fase reprodutiva não descartem a possibilidade de ter filhos. As intervenções tradicionais ; cirurgia, radioterapia e/ou quimioterapia ; podem levar a quadros de subfertilidade ou infertilidade, transitórios ou permanentes. Nesse contexto, cresce a oncofertilidade, área que envolve a medicina reprodutiva e a oncologia.

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Uma das esperanças nesse sentido vem de Minas Gerais. A Rede Pró-Criar Medicina Reprodutiva ; em parceria com a pós-graduação da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, o Oregon National Primate Research Center/Oregon Health and Science University e o Oncofertility Consortium ; tem conseguido resultados promissores no desenvolvimento de uma técnica alternativa para a preservação da fertilidade em jovens com câncer. Inédita no Brasil, a pesquisa conseguiu realizar a maturação de folículos ovarianos em laboratório, recriando o ambiente ovariano e permitindo a expansão do folículo de forma tridimensional. Ou seja, o óvulo cresceu para todos os lados, como ocorre dentro do organismo.
A técnica ; ainda em estado inicial de desenvolvimento e, por isso, até agora sem perspectiva de estar disponível clinicamente a curto prazo ; tem como objetivo evitar o transplante de células malignas que poderiam estar presentes no tecido ovariano. Surge como alternativa tão promissora que ganhou o primeiro lugar no prêmio do 18; Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida.

Hoje, existem três técnicas disponíveis. Segundo Ricardo Marinho, diretor científico da Pró-Criar e professor da pós-graduação da Faculdade de Ciências Médicas, a mais antiga é a fertilização in vitro sem implantação dos embriões. Envolve a estimulação da ovulação, o congelamento dos óvulos, a fertilização in vitro e o congelamento do embrião para ser implantado no período de dois a cinco anos após o término do tratamento do câncer, se houver bom prognóstico. ;Mas essa técnica exige um parceiro, só que existe a possibilidade de ele mudar com o passar dos anos;, observa.

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