Ciência e Saúde

Genes podem ajudar a agravar ou acelerar cura de infecção por ebola

Cientistas percebem, em ratos, que genes podem interferir nas reações à infecção pelo vírus, influenciando tanto na cura rápida quanto no agravamento da doença. A relação pode se repetir em humanos

Roberta Machado
postado em 31/10/2014 06:17
O vírus ebola infectou 13.703 pessoas desde o início do atual surto, em dezembro do ano passado, levando 4.922 delas à morte. A conta totaliza quase 9 mil sobreviventes, embora ainda não exista cura ou vacina para a doença. Um dos motivos para essa resistência, de acordo com um novo estudo publicado na revista Science de hoje, pode estar na genética dos contaminados. Dependendo dos genes do paciente, aponta o experimento, ele pode se recuperar em apenas duas semanas, ficar com sequelas da doença ou acabar sucumbindo a ela. A descoberta tem condições de acelerar futuras pesquisas sobre o ebola, incluindo estudos sobre os sintomas e até uma cura para a enfermidade.

Cientistas percebem, em ratos, que genes podem interferir nas reações à infecção pelo vírus, influenciando tanto na cura rápida quanto no agravamento da doença. A relação pode se repetir em humanos
A pesquisa foi feita com ratos especialmente desenvolvidos para reagir ao ebola de forma semelhante aos humanos. Quando contaminadas com a mesma variação do vírus que causa a atual epidemia no oeste africano, as cobaias tiveram diferentes reações ao patógeno. Nos primeiros dias, todas perderam bastante peso, mas apenas 19% o recuperaram totalmente. Uma parcela de 11% dos ratos teve dificuldades para lutar contra o vírus e alguns deles morreram. Outros 17% sofreram o que parecia ser uma versão mais letal da doença, com mais de 50% de mortalidade.

Cientistas percebem, em ratos, que genes podem interferir nas reações à infecção pelo vírus, influenciando tanto na cura rápida quanto no agravamento da doença. A relação pode se repetir em humanos



O vírus atacou com gravidade o fígado de 19% dos bichos, resultado de um cenário que matou mais da metade desses ratos. E 34% sofreram a febre hemorrágica com mudança de coloração no sangue, demora na coagulação e outros sintomas dessa que é a mais mortal variação do ebola. Os resultados condizem com a forma como o vírus ataca humanos: mesmo infectados pelo ebola e submetidos a tratamento igual, os pacientes muitas vezes reagem de maneiras muito distintas.

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