Ciência e Saúde

Cepal estima em quase 30% latino-americanas que são mães adolescentes

Gravidez na adolescência "fomenta a reprodução intergeracional da pobreza" e "compromete a autonomia das mulheres para empreender seus projetos de vida", afirma Cepal

Agência France-Presse
postado em 13/11/2014 16:52
Santiago - Vinte e oito por cento das mulheres na América Latina foram mães antes dos 20 anos, tornando esta a segunda região do mundo com maior fecundidade na adolescência, atrás apenas da África subsaariana, revelou um estudo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), divulgado nesta quinta-feira (13/11).

A América Latina também é a segunda região do mundo onde menos diminuiu a maternidade infantil nos últimos 20 anos (-12,9%), sobretudo levando em conta os baixos níveis de fecundidade total dos países e seus avanços em educação e saúde. A taxa de fecundidade entre menores de 20 anos caiu de 32% no ano 2000 para 28% em 2010, um nível similar ao de 1990 (29%), segundo o estudo, intitulado "A reprodução na adolescência e suas desigualdades na América Latina".

Na Europa ocidental, a taxa de maternidade na adolescência é de 2%. A maternidade entre jovens de 15 a 19 anos é maior em setores pobres e indígenas. De fato, em Brasil, Panamá e Costa Rica, a gravidez na adolescência entre aborígenes é o dobro da observada em mulheres mestiças.

Muitas meninas, "por falta de oportunidades, restrições para fazer projetos pessoais e padrões culturais" veem a maternidade como uma forma de superar a pobreza, alertou a Cepal.

Os países com maior taxa de maternidade entre jovens de 15 a 19 anos são Nicarágua (19,9%), República Dominicana (19,7%) e Equador (17%), enquanto os níveis mais baixos são registrados em Uruguai (9,5%), Costa Rica (11,1%) e Peru (11,5%).



[SAIBAMAIS]A gravidez em menores de 15 anos é de 0,5%, mas a cifra tem viés de alta. Segundo a Cepal, a gravidez na adolescência "fomenta a reprodução intergeracional da pobreza" e "compromete a autonomia das mulheres para empreender seus projetos de vida".

Também "evidencia a necessidade de que a educação sexual e os serviços de saúde reprodutiva sejam uma prioridade das políticas públicas", acrescentou o informe.

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