Ciência e Saúde

Mulheres têm mais células e neurônios olfativos, mostra pesquisa brasileira

A capacidade aguçada pode ser uma estratégia evolutiva para ajudar a cuidar dos filhotes

Isabela de Oliveira
postado em 22/11/2014 08:03
Uma das discussões mais polêmicas do século é a definição do que é ser macho ou fêmea na espécie humana. Se, no aspecto comportamental, esse assunto requer muito mais do que análises a ferro e fogo, para a ciência, a resposta, que não é simples, certamente é clara: redes neurais distintas em cada sexo. Essa característica traz consequências diversas. Uma delas é a capacidade mais aguçada que as mulheres têm de assimilar odores. A descoberta é de dois estudos recentes, produzidos no Brasil. A explicação para isso, entretanto, permanece desconhecida.

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A equipe liderada por Roberto Lent, diretor do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, constatou que as mulheres têm entre 40 e 50% mais células no bulbo olfatório, região do cérebro responsável por processar odores. O resultado da pesquisa, fruto da tese de doutorado de Ana Virgínia Oliveira-Pinto, aluna de Lent, foi publicado na revista especializada Plos One.

Com a colaboração do Banco de Cérebros da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), os cientistas investigaram 18 cérebros, sendo que 11 deles eram de mulheres. Até então, essa capacidade distinta de perceber odores era apenas uma suspeita. Entretanto, após uma contagem milimétrica dos neurônios e das células do bulbo olfatório, o professor Lent concluiu que as mulheres podem, realmente, ser mais hábeis quando o assunto é cheiro. O método utilizado para fazer a contagem, chamado de fracionador isotrópico, foi desenvolvido há quase uma década pelo próprio Lent com outra especialista da UFRJ, a neurocientista Suzana Herculano-Houzel.

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