Ciência e Saúde

Sem evidências, cientistas dizem ter encontrado restos de Cervantes

Cientistas se dizem convencidos de terem encontrado os restos do autor de Dom Quixote de La Mancha, mas não conseguem apresentar evidências técnicas que garantam a afirmação. Morte do gênio completa quatro séculos no ano que vem

postado em 18/03/2015 06:28

Túmulo que especialistas acreditam conter restos do escritor: ossos muito fragmentados para uma identificação

Depois de um esforço quixotesco para encontrar o ;pai; do mais famoso fidalgo da literatura, pesquisadores espanhóis anunciaram, ontem, ter descoberto os restos mortais do escritor Miguel de Cervantes. Mas, como em um bom romance, a história parece estar longe de chegar ao fim. Os cientistas disseram estar convencidos de que os fragmentos de ossos resgatados na cripta do convento de San Ildefonso de las Madres Trinitarias, em Madri, são do autor de Dom Quixote de La Mancha. Contudo, não deram certeza. Em uma coletiva de imprensa marcada pela falta de paciência dos jornalistas, eles admitiram que não há como garantir que se trata, de fato, de Cervantes.

O mais célebre dos escritores espanhóis nasceu em 1547 em Alcalá de Henares, na província Madri, e morreu no Bairro das Letras, em 22 de abril de 1616. Documentos históricos dão conta de que ele foi enterrado na igreja do convento de San Ildefonso no dia seguinte ao óbito, mas, depois de 400 anos e de reformas no prédio, ficou a dúvida sobre a localização da sepultura. Havia a possibilidade de os ossos terem sido removidos antes de uma das reconstruções da igreja e enterrados em lugar desconhecido.

Em 2014, a prefeitura de Madri e o convento juntaram esforços para resgatar das profundezas de San Ildefonso de las Madres Trinitarias os restos mortais de Cervantes, cuja morte completará quatro séculos no ano que vem. A coordenação do trabalho ficou a cargo do antropólogo forense Francisco Etxeberría, que participou da exumação de fossas comuns da época da Guerra Civil Espanhola e, em 2011, ajudou a analisar a ossada do ex-presidente chileno Salvador Allende, determinando que ele havia cometido suicídio quatro décadas antes.

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