Ciência e Saúde

Pesquisadores criam exoesqueleto que reduz gasto energético da caminhada

O invento, depois de aprimorado, poderá ajudar pessoas com dificuldades de locomoção

Isabela de Oliveira
postado em 02/04/2015 06:17

Detalhe da mola que compõe o mecanismo: força muscular reduzida

Humanos são exímios andarilhos. Mesmo não sendo os animais mais rápidos na natureza, desenvolveram, ao longo da evolução, um conjunto muscular e neural especialmente moldado para a locomoção, o que resultou na marcha mais eficiente entre os primatas. O que é excelente, contudo, pode ser aprimorado, garantem pesquisadores da Carnegie Mellon University, nos Estados Unidos. Eles criaram um exoesqueleto capaz de reduzir em 7% o gasto energético de uma caminhada. Os detalhes da novidade são descritos na edição de hoje da revista Nature.

Ao longo da vida, as pessoas gastam mais energia caminhando do que em outras atividades. Basta fazer os cálculos para entender o porquê: um indivíduo comum dá cerca de 10 mil passos por dia. São centenas de milhões ao longo da vida, superando 10 mil horas de caminhada até alcançar a idade adulta. Os gastos dessa jornada podem ser administrados, por exemplo, com a diminuição do ritmo de marcha, mas a equipe liderada por Steven Collins, principal autor do estudo, buscava uma nova forma de fazer isso sem prejuízo para a velocidade.

O desafio não era pequeno, afinal, tentava-se melhorar um sistema que a natureza levou anos aperfeiçoando. As primeiras tentativas começaram na década de 1980, quando engenheiros começaram a projetar máquinas que facilitassem a caminhada. O exoesqueleto criado por Collins e colaboradores também foi fruto de muito esforço, iniciado em 2008. O resultado é uma peça que se prende ao pé e ao tornozelo, que lembra uma bota.

Leve e elástica, ela diminui a força muscular a cada passada, reduzindo, assim, a energia metabólica consumida nas contrações. O segredo está em uma mola sustentada por uma embreagem mecânica. Ela estica e relaxa conforme os movimentos do tornozelo e do pé apoiado no chão, ajudando a cumprir uma das funções dos músculos da panturrilha e do tendão de aquiles. Até ficar pronto, o protótipo passou por uma série de revisões. ;Por exemplo, a primeira versão da embreagem pesava meio quilo, e a versão que usamos no estudo pesava pouco menos de 60g;, conta Collins ao Correio.

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