Ciência e Saúde

Grandes quantidades de dever de casa não garantem bom rendimento

O aspecto mais importante é que as tarefas extras sejam sistemáticas e, sobretudo, que os alunos conquistem autonomia para estudar por conta própria

postado em 05/05/2015 10:01
O ingresso em uma boa universidade é um desafio cada vez mais difícil para os jovens. Assim, é comum que adolescentes adotem rotinas de estudo que incluem horas de dedicação diárias. A exigência fica cada vez maior à medida que os alunos avançam nos ensinos fundamental e médio, chegando ao ápice na época de preparação para o vestibular e o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). No entanto, dúvidas sobre qual é a melhor estratégia para fixar o conhecimento são comuns entre professores, alunos e pais. Muito dever de casa significa melhor ou pior desempenho?

Júlia (E), com a mãe, Fabiana, e a irmã, Ana Clara: aos 11 anos, a menina já conquistou autonomia nos estudos e não precisa ser cobrada para fazer o dever de casa

Especialistas da Universidade de Oviedo, na Espanha, buscaram responder essa pergunta com uma pesquisa que acompanhou cerca de 7.700 estudantes de escolas públicas e particulares do país europeu. O trabalho, recentemente publicado no Journal of Educational Psychology, concluiu que, mais importante que a quantidade, é a regularidade do dever de casa que importa. Além disso, os alunos que são estimulados a estudarem sozinhos, ganhando desde cedo autonomia acadêmica, costumam atingir resultados ainda melhores.



Coautor do trabalho, Javier Suarez-Alvarez explica que foi analisado o desempenho dos jovens no aprendizado de ciências e matemática. Segundo a análise, aqueles cujos professores passavam tarefas de casa sistematicamente tinham o desempenhado aumentado significativamente, não sendo necessárias muitas horas de dedicação por dia. Na verdade, uma hora em frente aos livros era suficiente para notas acima da média. Mas foi mesmo a habilidade de estudar sozinho, sem depender de ajuda de outra pessoa, que se mostrou realmente eficaz. ;Permitir que o aluno realize um trabalho autônomo, aspecto-chave da aprendizagem autorregulada, está claramente conectado ao rendimento acadêmico;, assegura Suarez-Alvarez.

Estudo independente é o caso de Júlia Cabral, 11 anos, aluna do 6; ano do ensino fundamental. A mãe, Fabiana Cabral, 40, afirma que a filha é bastante autônoma e não precisa ser cobrada constantemente para que estude. ;Ser mais autônomo é melhor. A dependência é ruim tanto para os pais quanto para a criança, porque vai chegar uma hora em que ela vai ter de andar sozinha;, avalia. A adolescente conta que costuma se dedicar de uma a duas horas por dia, e que, nas semanas de provas, acaba ocupando uma tarde inteira.

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