Ciência e Saúde

Encontro em Chicago reúne últimas pesquisas sobre como combater o câncer

Estudos podem trazer mudanças imediatas em alguns tratamentos

Humberto Rezende
postado em 30/05/2015 06:10

Chicago ; Um exército global de jaleco branco invade Chicago, no estado americano de Illinois, neste fim de semana. Desde ontem, a cidade se transformou no quartel-general da luta contra o câncer, ao abrigar a reunião anual da Sociedade Americana de Clínica Oncológica (Asco, na sigla em inglês). No amplo centro de convenções que abriga o evento, múltiplos idiomas são ouvidos. Mas não se trata de uma Babel. Todos ali falam a mesma língua: a da ciência em busca de soluções para uma doença que afeta cerca de 14 milhões de pessoas no mundo todos os anos.

A organização estima em 25 mil o total de médicos participantes. Nos cinco dias de encontro, 5 mil artigos científicos sobre as mais recentes descobertas a respeito do câncer serão apresentados. Pouco antes do evento, a Asco divulgou alguns dos estudos que integrarão as sessões plenárias. Os trabalhos dão uma boa ideia dos avanços que os profissionais presentes conhecerão.

Uma das pesquisas, realizada na Austrália, mostra que nem todas as soluções oncológicas dependem de equipamentos caros ou técnicas de última geração. De acordo com os autores, duas pílulas diárias de um tipo de vitamina B3, chamada nicotinamida, se mostraram capazes de reduzir em 23% os riscos de a pessoa desenvolver câncer de pele não melanoma.

;Essa é a primeira clara evidência de que podemos reduzir cânceres de pele usando uma simples vitamina, aliada com o hábito de se proteger do sol. Nós esperamos que esses achados possam ser imediatamente transformados em uma prática clínica;, afirmou a autora sênior do trabalho, Diona Damian, professora da Universidade de Dermatologia de Sydney. A especialista acredita que a descoberta deve beneficiar especialmente as pessoas mais suscetíveis à enfermidade, como as que têm pele muito clara. ;Mas elas vão precisar continuar se consultando sempre com o médico;, ressaltou.

Na pesquisa, Damian e sua equipe acompanharam 366 pacientes que tinham tido câncer não melanoma ao menos duas vezes nos cinco anos anteriores, o que os caracterizava como um grupo de grande risco da doença. Metade dos voluntários foi orientada a ingerir os dois comprimidos da vitamina, enquanto a outra tomou placebo (pílulas sem efeito). Após um ano, a reincidência da enfermidade no primeiro grupo foi 23% menor, sem a ocorrência de qualquer efeito colateral significativo.

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