Ciência e Saúde

Açafrão-da-índia pode ajudar no combate a dengue

Pesquisa conduzida pela USP sugere que a curcumina, em contato com a luz solar, consegue exterminar as larvas do mosquito que provoca a dengue

Augusto Pio - Especial para o Correio
postado em 08/06/2015 06:00 / atualizado em 05/10/2020 14:17

Belo Horizonte — A dengue atingiu números alarmantes este ano em todo o país. E, cada vez mais, pesquisadores investem na busca de soluções para combater a transmissão do vírus pelo mosquito Aedes aegypti. Na cidade paulista de São Carlos, um composto extraído da raiz do açafrão-da-índia está sendo testado com sucesso no combate às larvas do inseto. “A curcumina, uma das substâncias que conferem a cor alaranjada ao açafrão, tem propriedades fotodinâmicas naturais. Na presença da luz, ela induz à produção de espécies reativas de oxigênio, que são altamente tóxicas”, explica o professor da Universidade de São Paulo (USP) Vanderlei Bagnato, coordenador do estudo.

A pesquisa consiste em usar uma substância que, ao ser colocada na água e ingerida pelas larvas do Aedes, faz com que elas morram. “Como as larvas são basicamente transparentes, se essa substância provocar uma forte reação sob a luz do Sol, poderemos eliminá-las, colocando a curcumina durante a noite e esperando o dia para fazer o trabalho. Esse tipo de reação, na qual a luz induz à morte pela produção de oxidação, chama-se ação fotodinâmica e vem sendo estudada em diversos laboratórios em diferentes contextos”, observa Vanderlei.

Segundo ele, há alguns anos, um grupo de cientistas de sua equipe vem investigando derivados do açafrão para controle microbiológico. “Basicamente, colocamos a substância em um local, iluminamos e eliminamos os micro-organismos. Essa é uma pesquisa grande que temos feito com financiamento da Fapesp e da Finep, que nos tem permitido introduzir diversas técnicas para controle de infecções. Dessa atividade, e motivados pelo trabalho de um grupo de cientistas italiano, é que surgiu a ideia de realizar um estudo com as larvas do mosquito da dengue”, observa o professor.

 

 

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação