Ciência e Saúde

Pesquisas identificam boas matérias-primas para o biocombustível da aviação

Pinhão-manso e macaúba se destacam como as mais promissoras

Paloma Oliveto
postado em 31/08/2015 07:12
Se o petróleo é o ;ouro preto;, a mina do futuro para a produção de combustível não está nas plataformas marinhas, mas nos campos agrícolas. Produtos como macaúba, pinhão-manso, babaçu, inajá, dendê e tucumã poderão ser o ;ouro verde; da aviação, substituindo a matéria-prima fóssil por uma fonte renovável e limpa, que não deixa um rastro de CO2 na atmosfera.

O bioquerosene pode vir de fontes diversas, como óleo de plantas ou o açúcar da cana. O Brasil já tem tradição na produção do etanol, mas alguns fatores estratégicos fazem com que ele não seja a opção ideal para os biocombustíveis. Em primeiro lugar, as companhias aéreas querem evitar utilizar espécies que fornecem alimentos para a produção de combustível. Em segundo lugar, não há excedente do produto no país ; a indústria já trabalha no limite ;, e a demanda prioritária é o biodiesel.

Hoje, a opção mais viável são as oleoginosas. Delas, a soja é a única que atende aos três critérios para a produção de biodiesel ou bioquerosene: já está domesticada, tem escala de produção e logística de transporte e distribuição estabelecida. Contudo, os cientistas entendem que é preciso investir em diversificação das matérias-primas, não ficando reféns de uma única fonte, como ocorre hoje com o petróleo.

;Outra complexidade é que não se pode olhar simplesmente a matéria-prima para bioquerosene, é preciso entender as inter-relações com outros mercados;, ressalta Ricardo Borges Gomide, coordenador-geral de Desenvolvimento da Produção e do Mercado de Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia (MME). ;Não se esmaga soja apenas para produzir óleo. É preciso ter destinação para o farelo de soja. E cada 5kg de soja produzem aproximadamente 1l de óleo e 4kg de farelo. Ou seja, produz-se muito mais farelo do que óleo. Introduzir demanda para forte incremento da produção de óleo de soja, seja para bioquerosene, seja para o próprio biodiesel, sem contrapartida na demanda de farelo, poderá tornar a cultura insustentável do ponto de vista econômico, ainda que respeitados os pilares ambiental e social;, diz.

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