Já imaginou participar de um safári para admirar elefantes e rinocerontes em pleno cerrado brasileiro? A ideia pode não ser tão absurda como soa a princípio. Uma corrente de ecologistas acredita que a introdução de mamíferos de grande porte em áreas onde eles não ocorrem naturalmente, incluindo algumas do país, pode favorecer o meio ambiente e o clima dessas regiões.
Para entender a lógica por trás da ideia, é preciso saber que, até cerca de 10 mil anos atrás, a área onde hoje fica o Brasil era habitada por bichos do porte dos grandalhões africanos, e preguiças gigantes e mastodontes podiam ser flagrados perambulando pela região central do país. Com a extinção desses animais, provocada pelo convívio com o homem, o papel que eles desempenhavam nesses hábitats deixou de ser cumprido, levando a desequilíbrios ecológicos.
;Os pesquisadores estão chegando à conclusão de que os grandes mamíferos tinham um papel fundamental nos ecossistemas e, provavelmente, também no clima das áreas em que ocorriam. Por conta disso, tem-se sugerido reintroduzir experimentalmente grandes mamíferos de volta à natureza. Não apenas no Brasil, mas em outros locais, como na Grã-Bretanha, uma ilha completamente isenta de grandes mamíferos, mas que já teve lobos, javalis e ursos;, afirma Mauro Galetti, coordenador do Programa de Pós-graduação em Ecologia e Biodiversidade da Universidade Estadual Paulista (Unesp), coautor de um artigo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Science (Pnas), sobre as consequências da perda dos animais de grande porte em regiões de cerrado e Mata Atlântica.
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