Ciência e Saúde

Estudo identifica gene que deixa as pessoas com aparência mais velha

Após analisarem o genoma de cidadãos europeus, os especialistas concluíram que uma variação no gene MC1R favorece o surgimento das marcas associadas ao correr dos anos

Vilhena Soares
postado em 29/04/2016 06:00

Após analisarem o genoma de cidadãos europeus, os especialistas concluíram que uma variação no gene MC1R favorece o surgimento das marcas associadas ao correr dos anos
A Certidão de Nascimento informa uma idade, mas a aparência dá a impressão de que alguns anos a mais se passaram. Pessoas que aparentam ser mais velhas do que de fato são podem agora colocar a culpa ; ou pelo menos uma parte dela ; na genética, afirmam cientistas de um centro de pesquisa da Holanda. Após analisarem o genoma de cidadãos europeus, os especialistas concluíram que uma variação no gene MC1R favorece o surgimento das marcas associadas ao correr dos anos. Para os autores do trabalho, publicado na edição desta semana da revista Current Biology, o achado pode ser usado em tratamentos médicos futuramente.

[SAIBAMAIS]O estudo foi inspirado em uma investigação anterior da mesma equipe, que abordou a percepção da idade a partir da aparência física. Nesse experimento passado, notou-se que a idade aparente de um indivíduo é influenciada por uma combinação de fatores ambientais e genéticos, e que é possível estimar a saúde e a expectativa de vida de alguém a partir de sua idade aparente. ;Publicamos nosso primeiro estudo em 2008, e ele demonstrou que a idade percebida pode ser medida de forma científica. Estamos interessados em saber como algumas pessoas são capazes de aparentar uma idade mais jovem. Acreditamos que, desse modo, podemos aprender seus segredos e descobrir novas maneiras de ajudar a todos terem uma aparência mais jovial;, diz David Gunn, um dos integrantes da equipe e cientista da empresa Unilever.

No novo artigo, o time analisou o genoma de mais de 2.600 europeus idosos e comparou os dados colhidos com fatores estéticos, como a quantidade de rugas, a pigmentação da pele e a espessura dos lábios, a partir de imagens digitais dos voluntários. Como resultado, os especialistas notaram que os participantes com mutações no MC1R aparentavam ter, em média, quase dois anos a mais do que realmente tinham.

Gunn explica que o MC1R já foi relacionado à produção de cabelo, a processos inflamatórios, a reparações em danos de DNA e a algumas características da pele que a influência do gene nesses processos do organismo humano pode ser a explicação para o seu vinculo com a aparência. ;Esse gene já foi associado também ao envelhecimento da pele, uma vez que influencia os níveis de pigmentação da melanina, proteína que determina a cor da pele. Quando nós encontramos esse gene, primeiro analisamos se esse aumento dos níveis de melanina, que dá uma melhor proteção ao sol, faria alguma diferença. No entanto, para a nossa surpresa, a cor da pele e a exposição solar, assim como o sexo, não parecem estar envolvidas na forma como esse gene influencia a idade aparente;, detalha.

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