Ciência e Saúde

Enxaqueca aumenta risco de infarto em mulheres, indica estudo

Cientistas chegaram à conclusão após analisar dados de 17.531 voluntárias durante 22 anos. Segundo especialistas, as complicações cardiovasculares são ainda maiores em pacientes fumantes e submetidas a terapias de reposição hormonal

postado em 01/06/2016 06:00

Cientistas chegaram à conclusão após analisar dados de 17.531 voluntárias durante 22 anos. Segundo especialistas, as complicações cardiovasculares são ainda maiores em pacientes fumantes e submetidas a terapias de reposição hormonalNa lista das doenças incapacitantes do mundo, a enxaqueca pode estar vinculada a complicações médicas que também têm forte potencial para alterar negativamente a rotina de uma pessoa: as cardíacas. Segundo um estudo conduzido por pesquisadores dos Estados Unidos e da Alemanha, as mulheres que sofrem com as crises de dor de cabeça latejante apresentam um risco mais elevado de desenvolver doenças cardiovasculares, como infarto e derrames, se comparadas às não acometidas pela enxaqueca.

;Encontramos um risco cerca de 50% aumentado para doenças cardiovasculares. Essa associação persistiu após o ajuste para fatores de risco vascular tradicionais e foi mais evidente para o infarto do miocárdio, os acidentes vasculares cerebral e coronariano e os procedimentos de revascularização angina e coronária;, detalharam os autores, no artigo divulgado na edição desta semana do British Medicine Journal. A equipe também detectou chances maiores de mortalidade por essas enfermidades nas mulheres que sofrem de enxaqueca.

Para chegar às conclusões, o grupo liderado por Tobias Kurth, do Instituto de Saúde Pública vinculado à Universidade Humboldt e à Universidade Livre de Berlim, analisou informações do Nurses; Health Study II, uma das maiores investigações sobre os fatores de risco para as principais doenças crônicas em mulheres feito com enfermeiras dos Estados Unidos. A abordagem envolveu dados de 115.541 inscritas no grande levantamento. Elas tinham entre 25 e 42 anos, estavam livres de angina e doenças cardíacas no começo da análise e foram acompanhadas de 1989 a 2011 com enfoque em complicações cardiovasculares e mortalidade vinculadas a elas.

[SAIBAMAIS]No início do estudo, 17.531 mulheres ; 15,2% das participantes ; relataram ter recebido o diagnóstico de enxaqueca. Vinte e dois anos depois, 1.329 haviam sofrido de doenças cardiovasculares e 223 tinham morrido devido a esse tipo de enfermidade. As conclusões mantiveram-se após ajustes incluindo fatores que podem aumentar os riscos para as doenças cardíacas, como a idade, o uso de contraceptivos orais, o tabagismo e a terapia de reposição hormonal pós-menopausa.

;Os resultados desse grande estudo de coorte prospectivo apoiam a hipótese de que a enxaqueca é um marcador de aumento de risco de eventos cardiovasculares. Dada a elevada prevalência dessa doença na população em geral, existe uma necessidade urgente de compreender os processos biológicos envolvidos nessa relação com os problemas cardiovasculares para fornecer soluções preventivas aos pacientes;, defenderam os autores, no artigo divulgado.

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