Ciência e Saúde

Caça reduz em 80% o número de elefantes que viviam em reserva africana

O alerta foi feito ontem por pesquisadores norte-americanos na revista Current Biology

postado em 21/02/2017 06:03

A estimativa é que 25 mil animais foram mortos de 2004 a 2014

Considerado um dos mais importantes santuários de elefantes do mundo, o Parque Nacional de Minkebé, no Gabão, sofreu queda de cerca de 80% dos seus animais devido à caça ilegal. O alerta foi feito ontem por pesquisadores norte-americanos na revista Current Biology. A equipe analisou a extensão das perdas de população de elefantes comparando dados de dois levantamentos em grande escala feitos no local em 2004 e 2014.

;Com base em mudanças na abundância e na distribuição geográfica do esterco, identificamos os impactos da caça ilegal;, explicou, em comunicado à imprensa, John Poulsen, professor-assistente de ecologia tropical da Universidade de Duke, nos Estados Unidos. ;Nossa pesquisa sugere que mais de 25 mil elefantes do Gabão podem ter sido mortos pelo seu marfim nesse período. A perda vista nesse santuário-chave é um considerável revés para a preservação da espécie;, ressaltou.

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Embora algumas das caçadas tenham origem no Gabão, os resultados do novo estudo indicam que a atividade ilegal envolve também caçadores de países vizinhos, como Camarões, o que tem impactado consideravelmente na redução dos elefantes.

;Para salvar os elefantes da África Central, precisamos criar áreas protegidas multinacionalmente e coordenar a aplicação da lei internacional a fim de garantir o julgamento de estrangeiros que cometem ou incentivam crimes contra a vida selvagem em outros países;, defendeu Poulsen.

Segundo os cientistas, desde 2011, o governos gabonês toma medidas para combater a caça nos parques, como dobrar o orçamento do local e queimar o marfim confiscado. Ainda assim, mais medidas precisam ser tomadas, defendem. ;Estudos que mostram quedas acentuadas nas populações de elefantes de floresta não são novos, mas uma perda de 78% a 81% em uma das maiores e mais remotas áreas protegidas na África Central é um aviso surpreendente de que nenhum lugar é seguro da caça furtiva;, ressaltou Poulsen.

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