Diversão e Arte

Músicos de Brasília criam associação para divulgar o violão clássico e instrumental

postado em 20/08/2009 08:44

A Associação Brasiliense de Violão (Bravio) não tem associados formalmente registrados, mas seus encontros mensais atraem de 30 a 40 pessoas, entre músicos profissionais, estudantes de violão e apreciadores do instrumento ; sem contar o público que comparece ao recital feito ao final de cada um deles. Tem sido assim, insistindo na organização de encontros regulares, que um grupo de músicos da cidade vem cumprindo a tarefa que se impuseram de divulgar o violão clássico ; e o violão instrumental, por tabela. Uma atividade que, por enquanto, é movida mais pelo empenho e pela paixão dos instrumentistas do que por recursos financeiros.

Maurizio Martins (centro), Fabiano Borges, Júlio Cruz, e Leopoldo Freire integram a diretoria da Bravio;Nossa intenção é reunir desde estudantes de violão, universitários ou não, pessoas que estão se preparando para entrar na universidade, profissionais e gente que não toca violão mas aprecia o instrumento;, diz Maurizio Martins, presidente da Bravio. A associação começou a ser esboçada em 2001, mas só em 2005 passou a existir formalmente. Nos últimos três anos, conseguiu manter a periodicidade mensal dos encontros, que acontecem no Sesc da 504 Sul. Em cada um deles, um violonista convidado ministra uma palestra ou masterclass no início da tarde e, à noite, apresenta um recital. Entre uma e outra atividade, há um sarau aberto aos músicos presentes.

As atividades são abertas ao público e gratuitas. Para o recital é cobrado ingresso de R$ 10 (e meia de R$ 4 para estudantes). Até agora, a Bravio se mantém sobretudo graças ao apoio do Sesc, que disponibiliza a estrutura (espaço, sonorização, iluminação, funcionários) e paga um pequeno cachê ao convidado. No mais, é na base de muita troca de email e relações estabelecidas em eventos fora da cidade que Maurizio e os colegas Leopoldo Freire, Álvaro Henrique, Júlio Cruz e Fabiano Borges ; demais integrantes da diretoria ; tocam o projeto.

Uma conquista recente foi o convênio firmado com a organização do Concurso Internacional de Violão de Petrer, na Espanha. Um dos prêmios do vencedor do certame espanhol é uma turnê de quatro a cinco recitais em outros países. Um desses passa a ser obrigatoriamente em Brasília, dentro da programação da Bravio. O primeiro concerto foi do belga Antoon Vandeborght, dentro do Festival da Bravio, dias 25 e 26 de junho passado.

;Nossa próxima meta é conseguir o mesmo vínculo com o GFA Guitar Foundation of American, nos Estados Unidos, considerado o melhor concurso do mundo, mas nesse caso precisamos arcar com a vinda do músico, pagando uma taxa de US$ 2 mil;, adianta Maurizio.

[SAIBAMAIS]Mas foi sem recursos que eles conseguiram chegar, no último dia 8, ao 33; encontro, tendo o professor Eustáquio Grilo como convidado. Assim também planejam trazer para os próximos o francês Gabriel Bianco (previsto para 10 de outubro), o argentino Diego Martin Castro (para 14 de novembro) e o paulista Maurício Orosco (para 12 de dezembro). ;Não pagamos passagem e hospedagem dos convidados. Geralmente, eles são professores e às vezes têm a viagem bancada pela própria universidade, ou vêm pela vontade pessoal de divulgar o violão clássico;, conta Leopoldo.

Interesse
A Bravio também conseguiu transformar Brasília em ponto de confluência de violonistas de todo o país com a realização de um concurso anual, o Concurso de Violão Eustáquio Grilo ; que acontece dentro do Festival da Bravio. Na terceira e mais recente edição, ocorrida em junho, os três primeiros lugares ficaram com uma venezuelana-francesa radicada no Rio de Janeiro (Elodie Bouny), um gaúcho que estuda em Goiânia (Márlou Peruzzolo Vieira) e um mineiro (Gustavo Farias, de Belo Horizonte). Apesar do interesse despertado, o concurso não distribui prêmio em dinheiro. Além de um certificado, o vencedor ganha o direito de apresentar o recital principal no concurso do ano seguinte. Este ano, o recitalista foi o violonista brasileiro, residente em Montreal, André Rodrigues, vencedor do ano passado.

;Os músicos participam porque o diploma de vencedor tem um grande valor no currículo e em outros concursos. Se pagássemos prêmio em dinheiro, o número de candidatos cresceria enormemente;, diz Maurizio, que planeja, a partir de agora, dar novo fôlego à Bravio por meio de parcerias que tragam recursos para a entidade, formalização de associados e mais divulgação das atividades. Afinal, diz, ;a associação é de todos que gostam de violão, músicos ou não, e de todos que queiram ver a música crescer por meio do violão;


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