Diversão e Arte

Darcy Derenusson e a paixão pela música

postado em 10/05/2011 15:59
Quem tem o dom da música arraigado dificilmente consegue fugir do próprio destino. Desde adolescente, Darcy Derenusson brincava com a música. Uma brincadeira que, durante algum tempo, não passou de poucos acordes no violão e sessões musicais em garagens. Mas, em 1996, quando sua esposa foi transferida do Rio de Janeiro para Brasília, ele resolveu deixar o diploma de arquiteto na parede para construir o próprio sonho: o de se tornar músico profissional. Atualmente, ele se apresenta em restaurantes e casas de shows da cidade.

Darcy Derenusson: Nas décadas de 1960 a 1980, o cantor passou por diversas bandas. Nada muito profissional, mas suficiente para mostrar que a música tem lugar cativo na vida dele. Em seguida, ficou mais de 20 anos afastado do prazer da música para se dedicar à formação e profissão de arquiteto. Apesar do choque ao trocar as ruas ensolaradas das praias de Ipanema pelas quadras empoeiradas da seca brasiliense, Darcy conseguiu substituir a saudade do barulho das ondas por um barulho mais contundente, o do rock. Ou melhor, às vezes música popular brasileira, bossa nova ou samba.

Do Rio, Derenusson trouxe a composição Chuva no Leblon, mas não deixou de homenagear a capital modernista na canção Grito de paz, que tocou nas rádios durante três anos consecutivos. ;Foi uma parceria que fiz com o Raimundo Costa e foi ótimo, pois tocou em várias emissoras de rádio;, diz. Com Raimundo, um músico local, incrementou sua lista de composições, chegando a um total de 200 canções.

Darcy gravou seu primeiro CD, completamente autoral, logo que chegou por aqui. Em 2008, lançou seu segundo e mais recente disco, intitulado Pro lado do mar, que contou com a parceria do pianista Jones Cavalcante. Cantor, compositor e arranjador, ele conseguiu nos bares e casas de shows o espaço para afiar o seu canto. ;Tocar em lugares como esses é importante para melhorar a técnica. Mas não é local de divulgação de trabalhos próprios;, julga o cantor. A necessidade de adaptar-se às noites dos bares o fez repensar o repertório e decidir tocar músicas de autores conhecidos. ;A música vem acompanhada de outras coisas. Em um bar, as pessoas estão conversando, comendo. Não prestam muita atenção quando não conhecem as músicas que estou tocando;, completa.

Agora, o repertório de Derenusson se tornou mais variado, mas ele mistura Tom Jobim e Legião Urbana com composições próprias. ;Toco Beatles todo sábado. Fiz arranjos para mais de 50 músicas deles;, comenta. Os arranjos são concebidos para apenas uma pessoa, uma voz e um violão. ;Quando toco esqueço de fome, de ir ao banheiro. Agradeço a Deus diariamente ao sair de casa pela oportunidade de tocar e saber que haverá pessoas me escutando;, observa o cantor.

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