A Biblioteca Nacional de Brasília (BNB) abriu as portas em dezembro de 2008 com uma lista de promessas que seriam capazes de transformá-la em referência nacional. Ilhas de edição de vídeos, acesso a bancos de bibliotecas virtuais, possibilidade de impressão de livros digitais e megaestrutura com auditórios e espaços para exposição anunciavam reviravolta no cenário brasiliense do livro e da leitura. A importância do acervo físico, com livros nas estantes e acesso direto às publicações, era minimizada. A biblioteca do futuro não dependia da presença física dos livros, o mundo digital estava aí e era preciso mergulhar nele. Três anos depois, apenas o espaço virtual, as salas de estudo, o auditório, uma sala de exposições e um espaço infantil estão realmente em funcionamento. As ilhas de edição não têm computadores e o acervo físico de livros até existe, mas nunca ficou pronto para ser disponibilizado para o público.
Neste ano, a Secretaria de Cultura lançou o Plano do Distrito Federal do Livro e da Leitura (PDLL) e criou a Subsecretaria de Políticas do Livro e da Leitura. A Biblioteca Nacional passou então a ser uma das diretorias do órgão. Em novembro, o secretário de Cultura, Hamilton Pereira, substituiu o então diretor Antonio Miranda por Ivanna Sant;Ana Torres, que acumula a subsecretaria e a direção da BNB. Professora de português há algum tempo lotada em cargos de gestão no GDF, a nova diretora da instituição diz que assumiu o compromisso de abrir o acervo de livros ao público entre janeiro e dezembro de 2012. ;Isso é uma política e uma orientação que o secretário de Cultura deu: que minha gestão tivesse como uma das prioridades tratar desse assunto;, garante Ivanna.
Segundo a diretora, outra prioridade é concentrar esforços na consolidação do PDLL e de uma rede de bibliotecas do Distrito Federal, mas o órgão ainda não tem propostas de ações concretas para a área. ;O plano ainda está em processo de elaboração e não temos ações pontuais, mas temos diretrizes, como a democratização do acesso ao livro e à leitura, que envolve parceria com o governo federal para termos mediadores de leitura atuando em todo o DF;, diz.
Recursos mínimos
Para o ex-diretor Antonio Miranda, a biblioteca tem problemas estruturais que podem emperrar a consolidação como instituição. Miranda reclama da falta de diálogo com a Secretaria de Cultura e aponta a subordinação da BNB à subsecretaria como um problema. ;A BNB não consegue abrir o acervo ao público por falta de recursos e os bibliotecários que deveriam estar catalogando passam quase todo o tempo revisando processos do FAC;, escreve Miranda, em blog no qual faz um balanço da própria gestão. Professor aposentado da Universidade de Brasília (UnB), ele passou três anos no comando da instituição, mas não conseguiu efetivar a abertura do acervo.
Ivanna não vê problemas no fato de os funcionários executarem também serviços da Secretaria de Cultura. ;No poder público, temos uma organização institucional e essa organização prevê um sistema hierarquizado. Os servidores públicos efetivos têm compromissos com a administração pública independentemente da tarefa que ele cumpra. Então pode ser que um ou outro servidor não esteja fazendo tarefa da Secretaria de Cultura. Todos nós somos servidores da Secretaria de Cultura, portanto todos nós, independentemente da subsecretaria na qual estejamos, iremos cumprir nossas funções administrativas para o bom andamento da política de cultura do DF.;
; Festa com Baleiro
; Para celebrar os três anos de abertura da BNB, a Secretaria de Cultura preparou uma agenda de eventos. Hoje, a partir das 19h, tem apresentação do Coro Sinfônico, lançamento de concurso literário e produtos financiados pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC) e show de Zeca Baleiro (foto), Geórgia Alô, Manassés e Chico Simões. A entrada é franca e a classificação indicativa livre.
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO:
Dia 12/12
9h às 10h
Apresentação do CORO SINPRÔNICO
Local: Hall de entrada (Térreo)
17h
Cerimônia oficial de abertura das atividades em comemoração ao aniversário de 3 Anos da BNB
Lançamento do Concurso Literário Contos, Crônica e Poesias da I Bienal Brasil do Livro e da Leitura de Brasília.
Lançamento dos produtos culturais financiados pelo Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC).
Local: Auditório (2; andar)
19h
Apresentação artístico-cultural com Zeca Baleiro, Manassés, Geórgia Alô e Chico Simões
Local: Conjunto Cultural da República (Área externa da BNB)
Dias 13 a 16/12
9h às 17h
Lançamento dos Livros Digitais produzidos pelos alunos da rede pública de ensino pelo Projeto BNB vai até Você
Local: Auditório (2; andar)
Participantes: Escolas Classe Natureza, Pipiripau, Rajadinha, Vale Verde, Coperbras, 66 Ceilândia, Córrego das Corujas e 415 Norte e Centros de Ensino Fundamental Barra Alta, São José, Casa Grande, Rio Preto, Zilda Arns, Incra 09 e Arapoanga.