Diversão e Arte

Deborah Blando reaparece com álbum eletrônico e influências orientais

A cantora pop falou ao Correio sobre os atropelos da carreira, a filosofia oriental e o novo disco

postado em 25/02/2013 10:45
Ícone dos anos 1990, Deborah Blando ressurge depois de sete anos afastada

;Raiou o sol / Olha o mar que alegria / Sentir você / É viver em harmonia;. Qualquer marmanjo com mais de 20 anos sabe de cor. A canção Unicamente reinou absoluta em 1997 e entrou para a lista definitiva dos sucessos da década. O CD homônimo projetou Deborah Blando na condição de um dos símbolos da década de 1990. No auge da carreira, a cantora não conseguiu lidar com a exposição. Brigou com a gravadora, foi boicotada e, quando mais deveria aparecer, sumiu.

Seria falso atestar Unicamente como o último hit de Deborah. Depois, ainda vieram Somente o sol e canções para trilhas de novelas. Mas, os anos 2000 não favoreceram a carreira da italiana (ela nasceu em Sant;Agata di Militello, na Itália). Aos poucos, as aparições na mídia diminuíram. Quando reapareceram, os motivos não eram mais musicais. Drogas, remédios e diagnósticos de personalidade compunham as manchetes sobre a bem-sucedida cantora de outrora. Sete anos depois, ela ensaia um vigoroso retorno. Direto de Nova York, onde grava um clipe, Deborah contou ao Correio os percalços do passado e os detalhes do novo projeto: o álbum In your eyes, programado para chegar às lojas em março.



Foram sete anos longe da mídia. Porque tão longa ausência?
Eu cansei da vida de loucura, nunca tive vida pessoal, não pude estudar. Comecei muito cedo, sabe. Tinha 12 anos quando gravei o primeiro disco. Fazia show todo fim de semana. A outra parte foi que me deu depressão, pânico. Um cansaço profundo. Muito trabalho, muita cobrança do público, da gravadora. Acabei indo para o caminho errado, o dos medicamentos. Tomei muito remédio. Fiquei robótica. Acabei viciada.

E as alegações quanto ao suposto uso de drogas?
Meu problema maior foi o medicamento, a depressão e o pânico. As drogas foram apenas mais um ingrediente de um panorama maior. As pessoas insistem em falar sobre as drogas, mas tive um problema muito pequeno. Principalmente, quando comparado com outras pessoas que passaram 10 anos com essa dificuldade. Eu passei dois anos com esse problema. Como falo tudo, as pessoas ficam surpresas. Há muita hipocrisia. Muita gente usa, toma remédio, e olha para o outro. Julgando o vizinho, agindo como se não tivessem nada com aquilo.

E agora, como está?
Estou super limpa. Olha, se tenho dor de cabeça, não tomo medicamento. Estou superbem. Sou completamente contra remédio.

A cantora pop falou ao Correio sobre os atropelos da carreira, a filosofia oriental e o novo disco

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