Diversão e Arte

Jornalista Jonathan Cott lança obra com última entrevista de John Lennon

"John Lennon, Yoko & Eu" ressalta a importância artística da companheira Yoko Ono. Ela incentivou a produção do livrou e concedeu uma entrevista ao escritor

Nahima Maciel
postado em 14/11/2013 08:21

Três dias antes de falecer, o beatle fazia ajustes na faixa

Passava das quatro horas da manhã quando o inglês Jonathan Cott deixou o estúdio no qual John Lennon e Yoko Ono faziam os últimos ajustes na faixa Walk on thin ice, para um álbum a ser lançado no ano seguinte. Três dias depois daquela fria madrugada de dezembro de 1980, Lennon foi assassinado na frente do prédio em que morava em Nova York. Debaixo do braço, carregava a fita com a última mixagem da canção de Yoko. Na semana anterior àquela segunda-feira, Cott passara dias ao lado do casal. Gravou uma entrevista de nove horas para escrever uma reportagem de capa da Rolling Stone sobre o recém-lançado Double fantasy, a parceria mais celebrada de John e Yoko. A reportagem, no entanto, seria outra: a entrevista publicada pela revista foi a última concedida por Lennon. Cott se ateve ao que considerava mais significativo da conversa com a dupla e escreveu um tributo de 5 mil palavras. Guardou as fitas no fundo de um armário e nunca mais teve coragem de ouvi-las. Mas uma série de coincidências fez o repórter voltar no tempo. John Lennon, Yoko & Eu é a história dessa volta.


[SAIBAMAIS]Lançado nos Estados Unidos em maio último e somente agora traduzido para o português pela Zahar, o livro é uma memória pessoal e afetuosa de uma amizade de quatro décadas. Em 2010, Cott se deu conta de que, se estivesse vivo, Lennon completaria 70 anos. Também atentou para os 30 anos do assassinato. O próprio Cott faria 70 dois anos depois. ;Eu sabia que, depois de 40 anos do primeiro encontro com eles, se eu quisesse escrever um livro sobre eles, era agora ou nunca. Falei com Yoko, com quem sempre estive em contato ao longo de todos esses anos. Ela me encorajou a escrever o livro e me ofereceu uma longa entrevista na qual poderíamos falar dos ;bons e velhos tempos; (como ela mesma disse) e sobre o que estava por vir;, conta.

A entrevista com Yoko conclui o livro, que é também uma tentativa de explicar por que a artista, no entendimento de Cott, é a mais incompreendida de todos os tempos. O mais precioso, no entanto, não está nas considerações de Yoko, mas no próprio relato do repórter sobre a simbiose artística do casal, o respeito e admiração entre eles, e a postura de Lennon diante de questões da existência. Das nove horas de gravação, Cott aproveitou o que pôde na correria de produzir o material póstumo. ;Depois da morte de John, eu mal tive tempo de ouvir as fitas e nunca transcrevi inteiramente a entrevista. Eu sentia que iria ficar muito triste em ouvir a voz de John logo depois do assassinato, então eu guardei tudo no fundo de um armário;, conta.

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