Diversão e Arte

Rótulo de cinema marginal é visto com ressalva por diretores

Cineastas buscam por linguagem e histórias diferentes em um cenário de cenas monótonas

Ricardo Daehn
postado em 05/12/2013 08:19

Dellani Lima: O lugar de marginal é mais rótulo do que processo de trabalho

Se existisse uma matriz, um DNA capaz de ser reproduzido em larga escala, não haveria por que o cinema marginal ; mais enfático até os anos de 1970 ; seguir com a aura desbravadora e única, recheada de liberdades, desde os tempos de chumbo, e com uma gênese crítica tão perturbadora para a elite burguesa. Ácidos e perenes, Rogério Sganzerla e Julio Bressane, que tanto apregoam a liberdade, não poderiam ter nutrido melhores admiradores do que o de uma breve amostragem saída exatamente dos quadros independentes tão robustos na Mostra do Filme Livre (evento anual e repleto de promessas). Demarcado no período áureo daquele cinema marginal, o meteoro das telas Zé do Caixão foi igualmente driblador, no feito de equilibrar criatividade e restrições orçamentárias. O Diversão & Arte ouviu as histórias, igualmente únicas, de adeptos de marginais e malditos tão cravados no imaginário dos cinéfilos.

Ligado à corrente ;faça você mesmo;, o paraibano Dellani Lima viu despertada, aos 19 anos, a vocação para cineasta, depois de breve formação no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (em Fortaleza). Radicado há 13 anos em Belo Horizonte, Dellani se diz ;impregnado da cultura digital;, com atuações tanto em fotografia quanto em montagem, passando ainda pela direção. Num mar de referências que traz Ozualdo Candeias, Rogério Sganzerla, Carlos Reichenbach e Álvaro Guimarães, Dellani (um dos codiretores de Vertigem branca), assume a limitação, que reverte em linguagem com estrutura e estética próprias.


;Não gosto desse lugar de marginal, já que é mais rótulo do que um processo de trabalho. Tenho um público pequeno e legal, num mercado que está na internet;, comenta o autor dos experimentais O sonho segue sua boca e Sobre amor em tempos difíceis, detidos na premissa de que ;o dinheiro ficou acima de tudo;. Passados mais de 15 anos de aplicação em cinema, com oito longas ;sem dinheiro;, ele, que foi até câmera de filme pornô, recebe de braços abertos a primeira vitória numa disputa de edital (com promessa de R$ 80 mil).

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