Diversão e Arte

Visitantes aprendem técnicas do cordel em oficina na Bienal do Livro

Oficina é uma das atrações que acontecem neste sábado em Brasília

postado em 19/04/2014 18:35
Entre as muitas atrações deste sábado (19/4) na 2; Bienal Brasil do Livro e da Leitura, os visitantes puderam aprender um pouco mais sobre o cordel em uma oficina ministrada pelo artista popular paraibano Jairo Mozart Pereira. Cordelista há 27 anos, ele diz que o cordel foi o primeiro veículo de expressão de massa no Brasil.

Na oficina, Pereira ensinou algumas das técnicas da poesia popular, como a sextilha, com estrofes de seis versos, e o decassílabo, que tem o verso com dez sílabas. Já no quadrão, com oito versos, as estrofes são encerradas sempre com o verso: "nos oito pés a quadrão". O cordelista também mostrou a técnica da gemedeira, em que os versos ;Ai, ai, ui, ui, para ficar gemendo agora; sempre terminam o poema.

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;O cordel é uma expressão popular ainda muito importante no Nordeste. O Brasil herdou essa cultura milenar dos mouros;, disse Pereira, que dá treinamento de cordel para professores do Distrito Federal e Entorno.

Ao pé da letra, cordel significa corda pequena. Seu uso para a classificação da literatura vem do costume, introduzido no Brasil pelos portugueses, de pendurar as cartilhas com os escritos em barbantes nos locais onde as obras eram colocadas à venda. Comumente impressos em papéis rústicos, os exemplares ganharam ilustrações em xilogravura entre o final do século 19 e o começo do século 20.

O bancário aposentado Aluizio Soares de Cerqueira diz que aprendeu a gostar de cordel na infância e na juventude no Piauí. ;A gente via muito nas feiras os vendedores de romance, de cordel. Gostava de ouvir os cordelistas e os violeiros. O cordel sempre me interessou, mas escrevia aleatoriamente, sem técnica. Quando soube da oficina, me interessei em fazer. Vim aprender a técnica e quero continuar;, disse.

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