Diversão e Arte

HQs produzidos em Brasília são tema de debate na 2ª Bienal Brasil

A literatura e a música se misturam aos quadros coloridos de dois artistas da cidade, que debatem, hoje, na Bienal, as tendências, perspectivas e reinvenções no mundo das HQs

postado em 20/04/2014 10:53
A literatura e a música se misturam aos quadros coloridos de dois artistas da cidade, que debatem, hoje, na Bienal, as tendências, perspectivas e reinvenções no mundo das HQs
Não é de hoje que as histórias em quadrinhos viraram assunto de gente grande. No Brasil, a tradição completou 145 anos desde a primeira publicação, Aventuras de Nhô Quim, do ítalo-brasileiro Ângelo Agostini, na revista Vida Fluminense. A partir disso, os quadrinhos nacionais passaram por diversas fases e revelaram talentos que já não se concentram apenas no eixo Rio-São Paulo, mas deslancham na capital federal.



Durante algum tempo, Evandro Vieira, mais conhecido como Evandro Esfolando, fez malabarismos entre a vida de músico da banda Quebraqueixo e a ocupação de quadrinista, até descobrir as ;bandas desenhadas;, designação usada em Portugal para falar de projetos que uniam música e ilustrações. Foi, então, que surgiu a ideia de desenvolver um CD integrado a um livro com imagens. Este ano, Evandro e sua banda, que foram contemplados com o Fundo de Apoio à Cultura (FAC), devem percorrer 20 escolas públicas com o festival itinerante Rock e Quadrinhos. Além de shows, os alunos participam de oficinas para aprender a desenhar.

Não satisfeito, Evandro também desenvolve, há três anos, o Rock vs Comics. Trata-se de resenhas musicais em forma de quadrinhos, iniciativa que virou livro em 2013. O organizador da Feira de Gibi acredita que ;o momento é fértil para as HQs, os eventos têm um público cativo;. Ele participa, em julho, como único representante brasileiro de um festival em Paris dedicado à música e às tirinhas.

Outro brasiliense no debate é o ilustrador Gabriel Góes. Ele já adaptou clássicos da literatura brasileira para a linguagem das graphic novels com roteiro de Arnaldo Branco ; Vestido de noiva e Um beijo no asfalto, ambas de Nelson Rodrigues. Góes concorda com os bons ventos para os quadrinhos e destaca o papel da internet. ;Na rede, é muito fácil publicar, divulgar o trabalho. Essa nova geração também já sabe aproveitar melhor os recursos de editar, montar o trabalho;, aponta.

Os sites de financiamento coletivo também ajudam: ;Hoje, muita gente consegue apoio para projetos através do Catarse (catarse.me), é uma forma de publicar mais fácil e independente;, diz. Ele participa da revista SAMBA e deve lançar o novo trabalho autoral, a série Flores, no próximo mês.

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