Diversão e Arte

Jornalista que foi correspondente em Teerã lança livro sobre Irã

O jornalista Samy Adghirni ajuda a desmitificar o país, ainda cercado por mistérios, especialmente, no Ocidente

Nahima Maciel
postado em 30/07/2014 06:00
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Há muitos mitos sobre o Irã e eles perpassam diferentes aspectos dessa sociedade milenar. Da situação das mulheres ao programa nuclear, a imagem do país é rodeada de polêmicas nem sempre fundamentadas. O jornalista Samy Adghirni constatou que boa parte delas nascem do desconhecimento. Ex-repórter do Correio e correspondente em Teerã para a Folha de S. Paulo durante quase três anos, ele passou por uma imersão completa na sociedade iraniana para sair de lá com uma compreensão mais profunda e real do país. Foi com essa experiência e um texto objetivo que o repórter escreveu Os iranianos.

Com lançamento marcado para hoje na Livraria Cultura do Casa Park, a partir das 19h30, o livro abrange desde a história iraniana até os costumes e o papel geopolítico de um dos países mais antigos do mundo. ;A ideia é apresentar o Irã de maneira ampla, didática e abrangente;, explica Samy. ;É pegar o leitor pela mão. Todo dia, o Irã está nos noticiários, no jornal, e ninguém sabe nada sobre o país;, completa. Império persa antes de Cristo e potência da Ásia Central durante mais de quatro séculos, o país ficou conhecido na contemporaneidade pelo seu radicalismo religioso, com um governo teocrático, e pela insistência em manter um programa nuclear alardeado pelo Ocidente como perigoso e instável. Em Os iranianos ; 12; volume da coleção Povos e Civilizações, da Editora Contexto ;, Samy Adghirni dá ao leitor ferramentas para compreender como e por que muitas dessas ideias ajudaram a construir a imagem do país.



O mito principal em torno do Irã é aquele que o descreve como retrógrado e atrasado. ;Mas é o oposto disso;, avisa Samy. ;Eles têm uma população sofisticada que tem modos de vida mais parecidos com a gente do que nós imaginamos.; O papel e as liberdades das mulheres estão entre as questões que ajudam a pintar uma imagem negativa da sociedade iraniana. ;Há uma emancipação relativa das mulheres que, claro, se comparada à da Suécia, é feia, mas na região, é a mais avançada;, diz o jornalista.

Diferenças
Ao contrário do que acontece em alguns países da região, as iranianas podem se dirigir aos homens sem que estes sejam marido ou parentes. Também podem circular sozinhas, e algumas ocupam postos de comando em empresas e na política do país. Estudar e trabalhar são atividades praticadas por 90% das mulheres. Por lá, segundo o autor, elas estão mais inseridas na sociedade do que na maioria dos outros países islâmicos. Mulheres pilotam aviões, conduzem tribunais e dirigem ministérios. Mesmo assim, a lei islâmica é dura e as mulheres devem andar na parte de trás dos ônibus, são obrigadas a usar o véu e proibidas de vestir roupas coloridas. O único adultério passível de execução é o feminino, mas a morte por apedrejamento está, em tese, abolida.

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