Ricardo Daehn - Enviado especial
postado em 15/08/2014 15:22
Gramado - ;Foi caótico. Deu muito trabalho de montagem, e as coisas se complicaram, pelo fato de o adestrador do ator (na verdade, um cachorro) não ter participado do processo das filmagens;, explicou a diretora de um dos curtas bem destacados, na penúltima noite de exibição competitiva do 42; Festival de Gramado. O que fica (de Daniella Saba) se tornou um dos filmes bem comentados, pelo inusitado da trama: filmado na França, mostra a contrariedade de uma mulher desgostosa da vida, e que recebe um presente de grego do pai: um cão dachshund que conquistou a plateia. A antagonista, uma amarga argentina foi desconstruída, nas palavras da diretora: ;ela é alguém que existe, e que representamos de maneira visceral, quase caricatural. No filme, o cachorro representa a distância mantida da mulher, com o pai. Já o cachorro é uma figura, a todo momento, presente e que, abandonado, pisa na ferida da personagem;, avaliou Daniella Saba, no debate promovido, há pouco, no começo da tarde desta sexta-feira (15/8).[SAIBAMAIS]Outro concorrente, entre os curtas vistos foi Max Uber, todo centrado na imagem de um artista que, sem reconhecimento, prefere literalmente se reinventar e, dessa forma, como uma criação fictícia, se apresentar ao mundo de galerias e curadores. ;Hoje em dia, há tantas mentiras repetidas que chegam ao ponto de se tornarem realidade. Das coisas apresentadas no filme, a gente mexe com aspectos que parecem inacreditáveis: num programa virtual, as pessoas podem realmente editar uma biografia que nem tem necessidade de corresponder à verdade. O Max Uber pode ser visto como uma espécie de Zelig (um personagem muito conhecido de Woody Allen), sim;, concluiu o diretor André Amparo.