Rebeca Oliveira
postado em 20/09/2014 08:02
É normal imaginar que, carregando um sobrenome que é sinônimo de boa música, Bebel Gilberto se mantenha fiel à MPB ; estilo criado pelo pai, João Gilberto ; e lhe peça a benção sempre que tem algo a ser lançado. Mas em Tudo, seu mais recente disco de estúdio, a cantora meio brasileira e meio americana optou por trilhar um caminho mais independente. ;Só mostrei o álbum para ele quando já estava pronto;, afirma, em entrevista ao Correio, orgulhosa da mais nova criação. Esta independência se confirma também com a escolha de Mário Caldato Jr. como único produtor do disco: é a primeira vez que esta tarefa é atribuída a uma só pessoa.Com letras em português, inglês e francês, divididas em 12 faixas, que vão de um cover de Harvest moon, de Neil Young, a composições próprias, Tudo segue a marca que consagrou Bebel: MPB com nuances contemporâneas. Para ela, o que está em volta e a cerca são fatores decisivos no resultado final do trabalho ; das luzes de Nova York ao azul do mar carioca, onde vivia às voltas com o amigo e parceiro musical Cazuza, tudo vira inspiração. Embora tenha nascido e continue morando em Nova York, ela escolheu um estúdio em Los Angeles para gravar Tudo (o primeiro em estúdio desde 2001, quando lançou Tanto tempo). ;Lá, estava mais ensolarado;, brinca. Esta é apenas uma das várias formas que ela encontra de aproximar os Estados Unidos do Rio de Janeiro, cidade que sempre a inspira.
;Esse disco não recebeu o nome à toa, tem uma coisa de sonho, de brincar com o inconsciente, de estar apaixonada pela vida, pela natureza, falar de amor, e não, necessariamente, tenha tido uma pessoa ou um lugar em especial ; é uma mistura de todas as cidades em que já vivi e passei;, pontua.
Reconhecida, internacionalmente, como uma das maiores cantoras brasileiras, Bebel Gilberto garante que, apesar da rotina intensa de ensaios e entrevistas, tem ;uma vida comum; em NY. ;Hoje cedo, combinei uma entrevista com um repórter americano, armei todo um cenário; E acabou dando tudo errado. Como boa novaiorquina, dei logo meu jeitinho: fomos tomar um café numa lanchonete aqui perto. Temos que improvisar;, diz.
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