Diversão e Arte

Lulu Santos comenta o novo disco de inéditas Luiz Maurício

O artista também faz um balanço dos 40 anos de carreira

Adriana Izel
postado em 25/10/2014 08:01
Lulu Santos é um dos cantores de maior sucesso no Brasil

Rio de Janeiro ; Aos 21 anos, Lulu Santos estreou no mundo da música como integrante da banda de rock progressivo Vímana. O primeiro show comemora 40 anos em 31 de dezembro. Na época, o artista tocava ao lado de Luiz Paulo Simas, Fernando Gama e Candinho. Um ano depois, Ritchie e Lobão se juntaram aos roqueiros. Essa formação foi a mais conhecida. Após cerca de três anos no grupo com a chegada de Patrick Moraz (ex-Yes), Lulu foi expulso e a partir daí iniciou o trabalho solo. ;Foi um empurrão sensacional. Funcionou para todos nós;, relembra o artista em entrevista exclusiva ao Correio.

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[SAIBAMAIS]Em 1980, o carioca gravou um compacto usando o nome de batismo Luiz Maurício ; que agora intitula o disco lançado neste mês ; por uma decisão da gravadora. Não deu muito certo na época. O sucesso veio dois anos depois com Tempos modernos, um álbum pop, com o nome de Lulu Santos. ;Os anos 1980 foram transformadores para mim. Foi o tempo em que a minha música passou por uma mudança;, conta.

Depois de cinco anos sem lançar um álbum de inéditas, Lulu apresenta o CD Luiz Maurício, em que resgata a música eletrônica, o funk e a parceria com o amigo Memê.

* A repórter viajou a convite da Sony Music

O artista também faz um balanço dos 40 anos de carreira

Você começou a carreira em uma banda. Quais foram os desafios para virar um cantor solo?
Ah, eu fui expulso da banda. Foi um empurrão sensacional de falar: ;Não, você não, chega!”. Pronto, acabou o drama. Eles tomaram a decisão por mim e virei artista solo. E o que faz um cantor solo? Canta e toca as próprias músicas. Funcionou para todos nós. O grupo era eu, Lobão e Ritchie e mais dois. Mas foi o que aconteceu, simples assim.

Qual é o balanço que você faz da sua carreira nesses 40 anos?
Engraçado, essa história especificamente faz 40 anos agora porque envolve o tempo do Vímana. A estreia da banda foi em 31 de dezembro de 1974.

Por que demorou tanto tempo para lançar esse disco de inéditas?
Por uma questão de consciência. Eu tinha acabado de desistir de lançar o projeto na primeira concepção, ainda assim uma porção de músicas daquele álbum entrou na versão de hoje, mas eu achava que estava faltando algo. Tinha o número de canções suficientes para lançar um disco, 12 ou 13 músicas, mas o CD não avançava. Li um livro que dizia que, para lançar um álbum, ele tem de ser um documentário sobre os tempos corridos, a linguagem que aquele disco está inserido e sobre a carreira do próprio artista. Na hora que li isso, tudo mudou e foi preciso satisfazer esses quesitos de uma forma prática como uma fórmula. E levou esse tempo para eu ficar satisfeito.

Você acha que o fato de ser um criador de sucessos influencia na hora de sofrer uma pressão para produzir novos trabalhos?
Já lancei coisas demais. Teve um momento em que fiquei crítico com a quantidade de discos que fiz. Ao mesmo tempo que produzi 24 CDs, os Pet Shops Boys, na Inglaterra, por exemplo, fizeram 10. Num certo sentido, vejo uma vantagem por isso (em lançar menos). Porque acho que leva mais tempo mesmo para gestar. Tanto que, quando o projeto estava finalizado, com tudo gravado, foi quando tomei a atitude de transformar o disco no que ele é, quando fiquei eu, o estúdio e o engenheiro. Nos últimos 10 anos, do primeiro acústico ao segundo, foram ares que talvez não tinham chegado a cristalizar a minha mistura para dar certo. Todos esses discos foram lançados todos os anos, talvez um pouco mais. Quando já se fez tantos discos, tem que olhar um pouco para a sua própria voz.

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