Diversão e Arte

Obra de Manoel de Barros movimenta o mercado editorial brasileiro

Impossibilitado de escrever, após sofrer um AVC, o poeta deve deve lançar versos inéditos em 2015

postado em 11/11/2014 08:04

Manoel de Barros:

Manoel de Barros, aos 98 anos, é tido pela maioria dos críticos como o mais importante poeta brasileiro vivo. O filho mais nobre do Pantanal, porém, não escreve mais. Depois de ter sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC), no início deste ano, o poeta das pré-coisas acostumado a provar palavras a todo o tempo, mal ouve e enxerga e não consegue mais falar. O ;lugar de ser inútil; ; como ele chama o pequeno cômodo usado para fazer poesia ; está vazio. A esposa, Stella, não permite visitas de amigos e a única filha viva, a artista plástica Martha Barros, é quem administra as questões práticas da casa da Rua Piratininga, localizada em um bairro nobre de Campo Grande, onde vive o poeta.



[SAIBAMAIS]É Martha também quem cuida dos direitos autorais do pai, em um momento em que a obra poética de Manoel de Barros movimenta o mercado editorial. A parceria com a editora Leya, mantida por quase 15 anos, não foi renovada. Após contratar uma das principais agentes literárias do país, Lúcia Riff ; responsável por cuidar da obra de Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Mello Neto e Mário Quintana ;, Martha fechou contrato com a Alfaguara, que editará as novas publicações, a partir de 2015.

Depois da morte de Drummond, em 1987, Manoel de Barros foi o primeiro poeta a representar a lista dos mais vendidos. A série Memórias inventadas, por exemplo, vendeu 450 mil exemplares ; número considerado expressivo por se tratar de poesia.

Durante as duas décadas em que saboreou o sucesso de sua obra, Manoel de Barros viveu momentos trágicos. O primeiro aconteceu em 2007, com a morte do filho João, aos 50 anos, em acidente aéreo. Ele era responsável por todo o patrimônio rural do pai. Desde esse episódio, o poeta quase não saía mais de casa e não conseguiu ir ao enterro do filho. E, em julho do ano passado, o filho mais velho de Manoel, Pedro, morreu depois de ter sofrido três derrames. A partir dessa situação, o poeta começou a definhar e a vida tem se prendido a ele que sempre expressou à família que a velhice ;é a pior coisa do mundo.;

A matéria completa está disponível , para assinantes. Para assinar, clique .

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação