Os programas de Roberto Bolaños misturavam histórias lúdicas, principalmente em Chaves, com a comicidade. Segundo especialistas ouvidos pelo Correio, Bolaños foi uma referência para a televisão. "No caso do Chaves, ele apresentava a inocência da infância. Ele era como os Trapalhões, não precisou se modernizar", explica Tânia Montoro, pós-doutora em Cinema e Televisão da Universidade de Brasília.
[SAIBAMAIS]Para Phelipe Cruz, editor do blog Papel Pop,uma das referência de cultura pop no Brasil, o humorista é um marco cultural. "Bolaños e Chaves representaram um elemento de união para América Latina". O programa do artista foi apresentado em 90 países.
"Quando a narrativa é boa, faz sucesso por um longo período. Basta ver a Feticeira ou Dallas, que estão sendo reembalados", disse a professora Montoro.
A linguagem dos programas de Chespirito é um dos pontos que chamam a atenção de Rodolfo Cordón, integrante da companhia de teatro brasiliense G7. "O grande mérito é ter conquistado o público infantil. Ele fez parte da formação cultural das pessoas, que utilizam os bordões no dia a dia", disse. "Ele foi um estandarte desse tipo de programa e vai fazer muita falta", ressalta a Tânia Montoro.
Colaborou Vinícius Nader