Diversão e Arte

Janeiro, o mês em que o Brasil conheceu a Legião Urbana

O primeiro disco da banda brasiliense foi lançado em janeiro de 1985, há 30 anos, e mudou definitivamente a história do rock nacional

postado em 10/01/2015 08:01 / atualizado em 05/10/2020 14:30

O primeiro disco da banda brasiliense foi lançado em janeiro de 1985, há 30 anos, e mudou definitivamente a história do rock nacional

O estrondo causado pelo primeiro Rock in Rio, realizado entre os dias 11 e 20 de janeiro de 1985, acabou por ofuscar, mesmo que temporariamente, a estreia fonográfica de uma banda punk saída de Brasília, no dia 2 daquele mês. Legião Urbana, o primeiro disco lançado por Renato Russo, Marcelo Bonfá, Dado Villa-Lobos e Renato Rocha, não causou impacto de cara, apesar da proposta estética inovadora para os padrões brasileiros da época. Foram apenas 1,2 mil discos vendidos nas primeiras quatro semanas. No fim daquele ano, contudo, 80 mil LPs já haviam deixado as prateleiras e alavancado a Legião Urbana rumo ao estrelato.

Impulsionado pelo sucesso radiofônico de Será, Ainda é cedo e Geração Cola-cola, o disco foi eleito em lista da revista Bizz como o melhor de rock de 1985. Renato Russo foi considerado o melhor vocalista pela publicação, e a Legião, o melhor grupo de rock, como conta o jornalista Carlos Marcelo no livro Renato Russo – O filho da revolução (Editora Agir). O sucesso da estreia da banda deu novo fôlego para o gênero no Brasil, e abriu o caminho para que a turma de Brasília — notadamente a Plebe Rude e o Capital Inicial — também conseguisse espaço nas grandes gravadoras.


“A partir da estética simples e austera da capa, o disco já se distancia da produção nacional da época, marcada pela irreverência colorida do Ultraje, Blitz e do começo da carreira dos Titãs”, comenta Carlos Marcelo. “Ali, a coisa passou a ficar mais séria. Em menos de 40 minutos, disparos políticos e sociais emoldurados por acordes diretamente influenciados pelo pós-punk britânico. E Renato já antecipa uma das grandes temáticas de suas letras: a ética amorosa”. Para o jornalista, este trabalho é um dos mais “brasilienses” entres os discos do rock oitentista.

“Demorou muito até as pessoas descobrirem o disco”, conta o escritor e jornalista José Emilio Rondeau, que produziu o trabalho. Eleito o 40º melhor álbum da música brasileira de todos os tempos pela revista Rolling Stone, o LP marcou a história do rock nacional pela linguagem crua, mais próxima do pós-punk que se fazia lá fora, por tratar a juventude e seus temas com seriedade e pela poética sofisticada do vocalista Renato Russo.

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