Diversão e Arte

Rodrigo Santoro volta a atuar em atração internacional, o longa Golpe duplo

Em entrevista ao Correio, um dos atores mais aclamados da sua geração, Santoro conta como construiu a carreira e revela os planos para o futuro

Ricardo Daehn - Enviado especial
postado em 25/01/2015 08:03 / atualizado em 23/10/2020 10:55

Rodrigo Santoro, em cena do filme: Golpe Duplo

Rio de Janeiro — Ostentando filmes com rendimento médio de US$ 130 milhões, Will Smith está em cena desde os primeiros momentos do ainda inédito longa Golpe duplo. E o astro da franquia Homens de preto não está só. Vem cheio de trapaças e muito bem acompanhado pela estonteante Margot Robbie (O lobo de Wall Street, 2014). Ainda assim, o tabuleiro só estará completo, ao menos para os fãs brasileiros, com uma entrada bônus: a aparição de Rodrigo Santoro, que, mais uma vez, brinda ao talento nacional numa produção hollywoodiana.

Reclamando uma vida normal, e baseado no que chama de instinto para a escolha de papéis, Rodrigo Santoro, cara a cara, é sereno e mostra um olhar determinado. Gosta de falar da construção de uma carreira que a muitos deslumbraria. Longe disso, com visual descolado — camisa de um intenso e pacífico azul, calçando alpargatas —, o ator esbanja simplicidade e foco.

Concentrar-se, aliás, é a tradução literal do título que chega aos cinemas em 12 de março. Os mesmos diretores que coordenaram os encontros amorosos entre os personagens de Santoro e Jim Carrey, em O golpista do ano (2009), Glenn Ficarra e John Requa, comandam Golpe duplo. A participação do brasileiro é forte quando a ação se desloca para Buenos Aires, cidade em que a trama se firma nos bastidores de um circuito de corridas de carro. Na ponta da língua, Santoro traz desenvoltura com o inglês e uma pitada de italiano (idioma que corre na veia da vida real, pelo pai europeu).

Aos 39 anos, passou da tal idade de Cristo, mas ainda assim será capaz de vivê-lo: foi convidado para a refilmagem de Ben-Hur, que segue em suspenso. Difícil mesmo está conciliar a agenda, que inclui filmagens de uma série para a HBO, lançamentos de filmes internacionais (um com Natalie Portman, outro John Malkovich) e uma vontade expressa de retornar ao berço. Ao lado, seguem as coordenadas e as ideias que povoam o astro de 300, em entrevista exclusiva ao Correio.

Pela estrada
A oportunidade de trabalhar fora aconteceu como consequência de três trabalhos que eu fiz aqui: Bicho de sete cabeças, Abril despedaçado e Carandiru. Bicho foi para os festivais de Locarno (Suíça) e de Biarritz (França). Ganhou prêmios lá. Aí, comecei a viajar para festivais de cinema, conhecer pessoas, artistas, escritores...

Ainda enxergo e encaro como uma aventura. E também um desafio, por todas as variáveis envolvidas: a língua, a cultura, o tamanho do mercado e a competitividade.

Envolvimento gradual
Eu me aproximo dos papéis, sem preconceitos. Fiz personagens marginalizados — como o travesti de Carandiru —, nos quais pesa muito um olhar puro, neutro e aberto a compreender. Sempre estive focado no material que leio. Passar um tempo fora foi algo que aconteceu gradativamente.

Nunca tive um objetivo concreto: estou me mudando para os Estados Unidos. Tanto que, 12 anos depois, continuo indo e voltando. Pretendo continuar assim.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação