Diversão e Arte

'Depois da chuva' e 'Amor, plástico e barulho' chamam atenção de cinéfilos

Os longas nacionais disputam espaço com as produções indicadas ao Oscar

postado em 28/01/2015 08:01
Em Amor, plástico e barulho, a música brega é tratada sem preconceitos

O circuito de cinema anda quase todo preenchido pelas estreias de filmes concorrentes ao Oscar 2015. Quem não se liga em cinema americano e não se importa com os desdobramentos do prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood pode encontrar um espaço confortável entre dois pequenos filmes autorais brasileiros que disputam a atenção do público cinéfilo.

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[SAIBAMAIS]Depois da chuva, de Marília Hughes e Cláudio Marques, se passa em 1984, durante a campanha de redemocratização do Brasil, as Diretas Já. A passagem é apresentada pelo ponto de vista de um grupo de adolescentes nascidos durante a ditadura.

Muito além de fazer um registro histórico, o casal de diretores teceu uma reflexão sobre o que seria a democracia adotada desde então, antevendo a ressaca que assolaria o país dentro de alguns anos. ;O cinema se debruçou sobre a ditadura militar e falou muito pouco sobre o processo de democratização, sobre o nosso desejo de mudança. No entanto, hoje sabemos que o gosto final é mais amargo do que o esperado. Vivemos muitas crises de credibilidade da classe política e das instituições democráticas. Por mais que os passos tenham sido grandiosos, os políticos ficam tão à vontade no poder que esquecem que são representantes do povo;, pondera Marília.

As consequências da ascensão da classe C, com aumento do poder de consumo dos últimos anos é vista de dentro do movimento, com um olhar livre de preconceitos em Amor, plástico e barulho ; primeira ficção em longa-metragem de Renata Pinheiro (Praça Walt Disney). ;Quem faz cinema, faz política. Tem de ter muita consciência de que a comunicação através da cultura é uma grande arma de reflexão social. O brega existe como movimento bem forte pela autoestima valorizada da transformação do Brasil ao longo dos últimos anos. Uma classe trabalhadora que não tem vergonha do seu gosto estético. O movimento do ;faça você mesmo; acontece no Brasil e de forma muito espontânea. É o dizer ;eu existo e brilho; que as culturas dos subúrbios têm apresentado no Brasil;, reflete a realizadora.

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Em ótima batalha de atuações, as atrizes Nash Laila e Maeve Jinkings vivem os papéis de duas cantoras de brega em disputa pelo sucesso. ;Nós filmamos em festas e bailes reais e uma estrela da televisão poderia interferir no ambiente. As meninas souberam muito bem ter esse ponto entre a realização da ficção com pegada de documentário;, explicou Renata.

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