Diversão e Arte

Krahôs: exposição revela a beleza e o cotidiano de um povo quase extinto

A fotógrafa Gisa Müller traz em suas obras a densidade da cultura e etnia krahô

Nahima Maciel
postado em 09/04/2015 08:20
A fotógrafa Gisa Müller traz em suas obras a densidade da cultura e etnia krahôEm língua krahô, o nome de Gisa Müller quer dizer abelha doce que pica. Foi durante um mês de convivência com a etnia nas fronteiras entre Tocantins, Maranhão e Piauí que a fotógrafa nascida no Rio de Janeiro e criada na Ásia descobriu o significado do nome. Gisa queria registrar o cotidiano das aldeias e voltou do encontro com os krahôs com extenso material sobre esse povo, que já esteve à beira da extinção e hoje conta com pouco mais de 3 mil pessoas. Os retratos que a fotógrafa apresenta a partir de hoje em Krahôs - Heranças culturais brasileiras são o resultado de muita observação e, sobretudo, da convivência com os índios.

[SAIBAMAIS]Gisa está familiarizada com populações nativas desde a adolescência. Filha de uma brasileira que se casou com um inglês, ela cresceu em Hong Kong e passou parte da juventude viajando pela Ásia. A fotografia era uma prática constante, mas foi com uma viagem pelo Rajastão, na Índia, que ela começou a expor. Um trabalho sobre as mulheres da região rendeu um longo ensaio e uma série de exposições. Desde então, Gisa assumiu o compromisso de registrar as populações nativas.

"A exposição é uma documentação, um registro fotográfico da etnia krahô. Passei um mês junto a eles e durante esse tempo pude vivenciar o cotidiano, as crianças e alguns rituais que fazem parte de uma cultura maior. Essa exposição é para mostrar a beleza desta cultura hoje. É um chamado à beleza indígena", avisa a fotógrafa. "É um olhar de muito respeito. Quando você viaja muito para locais tão diferentes, não tem mais como levantar uma bandeira do que é certo ou errado. O certo e o errado não existem, existe o outro e você."

Para a fotógrafa, o maior legado deixado em sua vida pela Ásia foi a vontade de, ao voltar para casa depois de manter contato com tantas culturas diferentes, registrar e documentar a beleza de suas próprias origens.

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