Diversão e Arte

Escritora uruguaia Ida Vitale ganha Prêmio Sofia Ibero-Americana

Autora de livros como 'Reducción del infinito' e 'Procura de lo impossible', a poetisa é praticamente desconhecida no Brasil, mas bastante celebrada entre os leitores e autores de língua hispânica

Nahima Maciel
postado em 19/05/2015 15:24
A poetisa uruguaia Ida Vitale tem uma obra marcada pela linguagem simbolista e sensorial
Autora de 21 livros de poesia e 14 de ensaios e críticas, a escritora Ida Vitale ganhou o 24; Prêmio Reina Sofia de Poesia Ibero-Americana. Nascida em Montevidéu em novembro de 1923, a poetisa de 91 anos vai receber um prêmio de 42,1 mil euros pelo conjunto da obra e especialmente por sua produção literária. Apontada pela crítica como autora de uma poesia sensorial e simbolista e importante representante da geração de 1945 (da qual faziam parte também Juan Carlos Onetti e Mario Bendetti), Ida integrou um grupo de escritores e artistas extremamente atuantes na cena cultural uruguaia da primeira metade do século 20.

[SAIBAMAIS]Autora de livros como Reducción del infinito e Procura de lo impossible, a poetisa é praticamente desconhecida no Brasil, mas bastante celebrada entre os leitores e autores de língua hispânica. Em entrevista ao jornal El País, ela revelou ter o poeta Juan Jamón Jimenez como referência por conta de sua obsessão em corrigir os versos. Ida explicou que, como Jimenez, acredita que um poema sempre pode ser corrigido e melhorado.

Filha de uma família de descendentes de italianos, Ida fugiu da ditadura uruguaia em 1974 para se exilar no México, onde conheceu o também poeta Octávio Paz. Na capital mexicana, passou a fazer parte do comitê editorial da revista Vuelta. Reconhecida também pelas críticas e ensaios literários, a poetisa foi uma das fundadoras da revista Uno más uno e viu seu nome ganhar destaque também como tradutora da literatura francesa e italiana. Ela assina traduções de livros de Simone de Beauvoir, Gaston Bechelard e Luigi Pirandelo. Antes de se exilar no México, colaborou com publicações literárias importantes no Uruguai, como Marcha e Maldoror, além de editar uma página de literatura no jornal Época.

Além de uma edição especial de uma antologia de poemas acompanhada de um estudo de um professor da Universidade de Salamanca e da quantia em dinheiro, o prêmio inclui ainda uma série de seminários que devem ser realizados por universidades espanholas. A antologia passa a fazer parte do patrimônio cultural espanhol. O Reina Sofia é concedido todo ano a um autor relevante da poesia ibero-americana e pode ser destinado também a autores lusófones por sua importância para a cultura ibérica. Entre os membros do júri que escolheram premiar Ida Vitale estavam Ana Maria Machado e Pilar del Rio Sanchez, mulher de José Saramago.

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