Diversão e Arte

Personagens femininos fortes desafiam domínio masculino nos filmes de ação

Nos anos 1970, atrizes como Pam Grier e Sigourney Weaver iniciaram o caminho para as heroínas contemporâneas interpretadas Scarlett Johansson, Uma Thurman, entre outras

postado em 03/08/2015 07:32
Nos anos 1970, atrizes como Pam Grier e Sigourney Weaver iniciaram o caminho para as heroínas contemporâneas interpretadas Scarlett Johansson, Uma Thurman, entre outras

Em meio às discussões sobre a representação da mulher no cinema ; tanto na indústria quanto na dramaturgia ; algumas figuras femininas surgem de tempos em tempos com armas em punho para desafiar o machismo em um gênero carregado de testosterona: a ação. Desde a implacável Pam Grier em Foxy Brown (1974), passando por Sigourney Weaver em Alien, o oitavo passageiro (1979), Uma Thurman em Kill Bill (2003) até Scarlett Johanson em Lucy (2014), essas mulheres recusam-se a ficar em segundo plano, tomando o controle da narrativa do início ao fim.

Em O exterminador do futuro: gênesis, Emilia Clarke revive Sarah Connor, ícone feminino do cinema de ação, interpretado originalmente por Linda Hamilton em O exterminador do futuro (1984) e O exterminador do futuro 2: o julgamento final (1991). No reboot dirigido por Alan Taylor, sobra para o soldado Kyle Reese o papel de ;donzela em apuros;. Em Game of thrones, a atriz interpreta a mãe de dragões Daenerys Targaryen, um dos personagens femininos mais marcantes da série de George R. R. Martin. Estrategista e justa, Daenerys é a única mulher a entrar na disputa pelo trono de ferro.

[SAIBAMAIS]

Clarke, assim como Johansson, Jennifer Lawrence na franquia Jogos Vorazes e Charlize Theron em Mad Max: estrada da fúria, encarna um tipo de heroína contemporânea, em personagens que não só conduzem a trama, mas acabam transformando o mundo ao seu redor. ;A heroína de ação contemporânea se espelha nas mulheres de verdade;, explica Rose May Carneiro, cineasta, fotógrafa e pesquisadora da linha imagem e som da Universidade de Brasília (UnB). ;Elas se inspiram em mulheres que trabalham, têm muitos sonhos, ficam cansadas de gente que fala que vai mudar o mundo e não faz nada. Daí, de vez em quando, elas precisam exercer o seu ;lado das sombras;, como uma válvula de escape: explodir algumas bombas, dar uns tiros e matar alguns oponentes, nem que isso seja apenas na ficção.;

Mudanças
Para Selma Regina Nunes Oliveira, professora da Faculdade de Comunicação da UnB, o protagonismo das mulheres nos filmes de ação a partir dos anos 1970 é um indício de mudança no imaginário social, decorrente do movimento feminista, que repercutiu nos anos 1930, 1960 e 1970; e na década de 1990, trazendo transformações políticas, sociais e culturais. ;Uma das principais mudanças talvez seja o aumento do número de mulheres consumidoras e produtoras de conteúdo do gênero de ação seja nos filmes, nos quadrinhos, nos games ou em outras narrativas sócio-mediáticas;, considera.


Scarlett Johansson
Ela já foi diva indie (Encontros e desencontros), musa de Woody Allen (Match point) e também penou em algumas comédias românticas (Diário de uma babá). Ainda transitando entre o comercial e o independente, ela emerge hoje como protagonista forte no explosivo Lucy e em Sob a pele, no papel de predadora nessa peculiar ficção científica de Jonathan Glazer. Enquanto isso, no mundo dos blockbusters, sua Viúva Negra ainda permanece em segundo plano entre os Vingadores.

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Uma Thurman
Interpretando A noiva em Kill Bill 1 e 2, de Quentin Tarantino, Thurman conduz uma sangrenta vingança contra o marido Bill. Munida da fúria de Pam Grier (de Foxy Brown), e da vestimenta amarela de Bruce Lee, A noiva usa sua espada samurai para
destruir todos que a traíram.

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