Diversão e Arte

Oscar é marcado por polêmicas e discursos politizados

O evento não empolgou, prova disso foi a baixa audiência, a pior dos últimos oito anos

Ricardo Daehn
postado em 01/03/2016 07:30
DiCaprio: discurso emocionante em que destaca a preocupação com o aquecimento global
Projetando para ;o futuro;, a presidente da entidade, Cheryl Boone Isaacs, foi coerente em apontar retrocessos ; especialmente da lacuna de artistas negros entre os indicados. ;A inclusão só serve para fortalecer a todos;, ressaltou ela, ainda sem saber de uma vitória de minoria: Spotlight ; Segredos revelados, com polpudos Oscars de melhor filme e de roteiro original, foi o grande vencedor da noite, mesmo com pífia bilheteria nos Estados Unidos. Em mais de 35 anos, só fez menos espectadores do que o colega de categoria Guerra ao terror (2009).

Com Spotlight laureado, ficam evidentes as preferências que a Academia tem optado nos últimos sete anos: temas densos, como (12 anos de escravidão e Argo); fitas que bebam da realidade (Guerra ao terror e O discurso do rei); e pelo enaltecimento (ou não) do showbiz (Birdman e O artista). No palco, tratando do filme que vincula pedofilia à Igreja, o oscarizado produtor Michael Sugar se valeu do holofote, para disparar: ;Este filme deu voz a sobreviventes, e o Oscar amplifica vozes que, esperamos, se tornem um coro que ressoe no Vaticano. Papa Francisco, é hora de proteger crianças e restaurar a fé;.

Mais retumbante do que Spotlight, o longa do mexicano Alejandro González Iñárritu O regresso, com o recorde de 12 indicações, teve, no desempenho de três Oscars conquistados (direção, fotografia e ator), performance equivalente ao politizado Reds, em 1982, e bem superior a Lincoln (que só levou duas estatuetas, há três anos).

Houvesse prêmio de melhor discurso, possivelmente Iñárritu, representante da escalada latina em Hollywood (leia mais na página 3) o levaria. ;No filme, o protagonista diz ao filho mestiço: ;Muitos não te escutam, só veem a cor da sua pele;. Que grande chance de a nossa geração se libertar completamente de preconceitos, numa escala global! Nos assegurarmos, de uma vez por todas, que a cor da nossa pele se torne tão irrelevante quanto o comprimento de nossos cabelos;, disparou para uma Academia quer se esqueceu, em vários momentos, da contribuição dos negros no cinema norte-americano.

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